Cinco nomes a seguir na nova Comissão Europeia
Nova Comissão liderada por Ursula von der Leyen entra oficialmente em funções este domingo.
O novo elenco do colégio de comissários que compõe a Comissão Europeia de Ursula Von der Leyen nos próximos quatro anos tem vários nomes e novidades a ter em conta, especialmente face a alguns dos principais objectivos da Comissão, na transição ecológica, na defesa face à guerra na Ucrânia e na possível escalada do conflito no Médio Oriente, ou ainda na estabilidade financeira dos Estados-membros e do sistema financeiro europeu. Eis alguns dos nomes a ter em conta:
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Teresa Ribera
A socialista espanhola foi um dos pontos de discórdia na eleição da nova Comissão. Oposta pelo PP espanhol, que a apontou como responsável na tragédia das cheias em Valência, o PPE acabou por aceitar Ribera, depois de um veto inicial, para liderar a super-pasta da Transição Limpa, Justa e Competitiva, e a Concorrência na Comissão.
Teresa Ribera foi lançada por Von der Leyen para manter a UE “no bom caminho para atingir os seus objectivos estabelecidos no Pacto Verde”. Ribera prometeu, na sua audição, “acelerar a transição ecológica e melhorar a capacidade do bloco para lidar com as inundações e secas extremas que se estão a tornar mais comuns".
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Kaja Kallas
A ex-primeira-ministra da Estónia é a escolhida pelos líderes do Conselho Europa para suceder a Josep Borrell como alta representante para a Política Externa e de Segurança da UE.
Oriunda de um país que faz fronteira com a Rússia e que já recebeu ameaças de Putin, Kallas prometeu fazer a Rússia “pagar” por “destruir a Ucrânia”, mantendo uma posição altamente crítica e assertiva contra Moscovo, numa altura de plena escalada na guerra na Ucrânia.
Já em relação à Palestina, Kallas afirmou que o cenário na Faixa de Gaza é “verdadeiramente desolador” pelo que iria “fazer tudo o que está ao nosso alcance para pôr termo a esta situação”
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Raffaele Fitto
A atribuição de uma vice-presidência executiva do italiano Raffaele Fitto foi uma concessão. Originalmente vetada pelos Socialistas e Democratas, o nome indigitado pelo Governo de Giorgia Meloni para a Comissão Europeia é um de dois representantes de partidos populistas e eurocépticos no colégio de comissários.
Esquivo na sua audição em Bruxelas ao evitar, Fitto recusou discutir as suas visões políticas, mas acabou por ser aceite para assumir a pasta de vice-presidente da Comissão Europeia para a Coesão e Reformas.
O representante italiano prometeu, como uma das suas principais medidas, duplicar o orçamento da Comissão europeia para a Habitação de 7 para 14 milhões de euros e defendeu uma política virada para as regiões.
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Maria Luís Albuquerque
A antiga Finanças do Governo liderado por Pedro Passos Coelho foi a escolhida pelo Governo português para assumir a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento.
Na sua audição no Parlamento Europeu, Maria Luís Albuquerque defendeu a sua “particular combinação de experiência e conhecimento” na implementação de políticas públicas, apesar das várias críticas vindas dos eurodeputados da esquerda portuguesa face a medidas tomadas enquanto ministra em Portugal.
Defendeu ainda como prioridade garantir “estabilidade e integridade do sistema financeiro” assim como avançar na desburocratização para as empresas, definida por Von der Leyen.
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Andrius Kubilius
A criação de um comissário para a Defesa é uma novidade desta Comissão Von der Leyen. Andrius Kubilius, representante nomeado pela Lituânia, que foi primeiro-ministro do seu país, foi o escolhido para assumir a pasta.
Na sua audição, Kubilius defendeu um aumento significativo nos gastos na área da Defesa devido à ameaça da Rússia, que diz ter uma capacidade produtiva que coloca um “sinal de alarme em todos nós”, exortando a um desenvolvimento da produção de armamento na Europa.
O novo comissário prometeu não haver qualquer tipo de concorrência entre ele e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmando que a UE tem uma capacidade que a aliança atlântica não tem: a de recolher financiamento.