Governo diz que reforço de viaturas de segurança é “novo” e um “esforço adicional”

Ministro garante que a aquisição de viaturas anunciada por Montenegro corresponde a uma iniciativa deste Governo e não a um concurso lançado pelo executivo anterior.

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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, durante o briefing do Conselho de Ministros ANDRÉ KOSTERS / LUSA
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António Leitão Amaro, ministro da Presidência, afirma que a aquisição das novas viaturas para as forças de segurança anunciada esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, é "nova" e um "esforço adicional". O esclarecimento com que Leitão Amaro escolheu arrancar a conferência de imprensa após o Conselho de Ministros pretende, assim, responder à acusação do ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que esta manhã afirmou que as viaturas anunciadas correspondem a um concurso público internacional lançado pelo anterior executivo.

O ex-ministro socialista disse ainda que esses 20 milhões de euros, verba que o primeiro-ministro Luís Montenegro adiantou que será aprovada no Conselho de Ministros desta quinta-feira para a referida aquisição de viaturas, está já previsto “na Lei de Programação de Infra-estruturas e Equipamentos”.

"O investimento vai ser contratado agora, com mais 20 milhões de euros para comprar 650 viaturas para a PSP e GNR que não estavam em concurso, não estavam em aquisição e cuja despesa não tinha sido aprovada, nem tenha sido feita", declarou o ministro.

"Que governantes do passado venham em algum momento dizer 'eu escrevi um dia no papel, eu gostava de, era belo se'.... bom, era como o aeroporto. Tivemos décadas de políticos e governantes que iam fazer. Diziam, mas nunca decidiram comprar, pagar ou lançar o concurso", completou.

No arranque da declaração, o ministro quis também justificar a medida, argumentando que pese embora Portugal seja "um dos países mais seguro do mundo" também "é preciso fazer para que isso continue a acontecer".

Leitão Amaro insistiu que estas eram "efectivamente" novas aquisições e novas viaturas, distinguindo, nomeadamente, o âmbito dos dois concursos, uma vez que o lançado pelo anterior Governo diz respeito à aquisição de "carros" e o concurso que a AD pretende lançar deverá abranger "carros, motas e veículos pesados".

"É uma aquisição adicional para além da aquisição que estava em execução e do concurso que estamos a pagar e a executar", insistiu.

Quanto ao número concreto de viaturas que serão adquiridas, Leitão Amaro explicou que esse é um dado que não está fechado, porque dependerá do resultado dos concursos.

"Não compreendem o país"

Confrontado com as críticas que têm sido feitas pelos partidos da oposição em relação à declaração do primeiro-ministro ao país, feita ontem às 20h, Leitão Amaro disse ter “várias vezes a sensação de que há vários actores políticos que não compreendem o país, o que se passa no país e o que os portugueses sentem e atribuem prioridade”.

O ministro prosseguiu então para insistir que é preciso "continuar a investir" na segurança. "Para este Governo, garantir a segurança dos portugueses é uma prioridade clara e há quem não compreenda isso", disse, antes de reconhecer o esforço das forças de segurança. "Foi também esse agradecimento que o primeiro-ministro e as ministras [da Administração Interna e da Justiça] fizeram", completou.

"A garantia de segurança dos portugueses não é um tema banalizável", declarou Leitão Amaro, rejeitando que a próxima declaração do primeiro-ministro às 20h possa ser desvalorizada, face ao conteúdo do anúncio de Montenegro esta quarta-feira.

"O tema da segurança não é banalizável. E, sim, quando o primeiro-ministro fala, com os ministros, com os chefes das forças de segurança ao lado, está a dar a importância que o tema tem, e que o tema tem para o governo e que o tema da segurança tem para os portugueses", argumentou. "Quem tem falado no espaço público provavelmente discorda desse tema", disse, num recado ao PS. "Provavelmente, não pode dizer como dizemos, que tomaram medidas para que a capacidade, a valorização das forças de segurança, dos seus agentes de polícias e guardas fosse reforçada como este Governo está a reforçar. Mas isto não é sobre exercícios de consciência ou de consciência pesada de alguns", concluiu.

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