Mais de 900 agricultores do Norte declararam prejuízos de 3,6 milhões de euros nos incêndios
Prejuízos causados pelas incêndios de Setembro na região Norte ascendem aos 3,6 milhões de euros, mas o limite no valor dos apoios significa que a comissão regional só cobrirá 2,6 milhões.
Mais de 900 agricultores nortenhos afectados pelos incêndios de há dois meses declararam 3,6 milhões de euros de prejuízos, segundo um portal da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
De acordo com um portal criado na sequência dos incêndios de Setembro, até às 17h de sexta-feira, 920 agricultores declararam prejuízos totais de 3,6 milhões de euros em candidaturas aceites pela CCDR-N — sendo que, como o limite de apoios é de seis mil euros, o valor considerado pela comissão regional vai apenas até 2,6 milhões de euros.
O montante do capital produtivo afectado ascende também a 3,5 milhões de euros, sendo que o valor que diz respeito à alimentação animal é de 287 mil euros e o referente à morte de animais foi quantificado em 85 mil euros.
No dia 31 de Outubro, 621 agricultores tinham reportado 2,4 milhões de euros de prejuízos.
De acordo com os pedidos já aceites pela CCDR-N, o concelho com maior montante de prejuízo declarado foi Baião (distrito do Porto) com 569 mil euros, seguido de Resende (Viseu) com 417 mil euros, Cinfães (Viseu) com 381 milhões de euros, Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) com 320 mil euros e Cabeceiras de Basto (Braga) com 243 mil euros. Baião lidera também o número de candidaturas na região Norte, com 156, seguido de Cinfães (133), Resende (129), Vila Pouca de Aguiar (117) e Cabeceiras de Basto (78).
De acordo com o mesmo portal da CCDR-N, no total terão sido afectados na região Norte 3203 agricultores inscritos em parcelário, com território correspondente a 8169 hectares parcelados. O número de parcelas afectadas é de 1700, o número de declarações apresentadas desde 12 de Setembro é de 815 e o número de construções agrícolas afectadas foi de 295.
Porém, no total, na região arderam 69.830 hectares, dos quais 28.116 de matos, 17.049 de florestas de eucaliptos, 7211 de floresta de pinheiro bravo, 3940 de florestas de outros carvalhos e 3068 de florestas de outras folhosas. Completam a área ardida, em menor dimensão, culturas temporárias de sequeiro e regadio, vegetação esparsa, agricultura com espaços naturais e seminaturais, florestas de outras resinosas e florestas de espécies invasoras.
No mês de Setembro, os grandes incêndios das regiões Norte e Centro do país provocaram nove mortos, mais de 170 feridos e a destruição de dezenas de habitações. Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, só entre os dias 15 e 20 de Setembro arderam em Portugal continental cerca de 135 mil hectares, dos quais mais de 116 mil no Norte e Centro, que assim concentraram a maior parte da área ardida em território nacional.