Verdes vão confirmar Robert Habeck como candidato a chanceler

Congresso do partido ecologista é o primeiro desde que o anúncio da data das eleições para 23 de Fevereiro deu o tiro de partida à campanha eleitoral na Alemanha.

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O vice-chanceler e ministro da Economia Robert Habebeck no congresso do seu partido esta sexta-feira em Wiesbaden Kai Pfaffenbach / REUTERS
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O primeiro congresso partidário depois da queda do Governo e do anúncio da data das legislativas antecipadas na Alemanha é o do partido Os Verdes, que vão neste fim-de-semana eleger uma nova liderança, discutir um programa eleitoral e confirmar o candidato a chanceler do partido, Robert Habeck, o actual vice-chanceler e ministro da Economia e Protecção Climática.

Habeck protagoniza uma via centrista para o partido, que se fortaleceu em 2018, com a co-liderança com Annalena Barbock (foi a primeira vez que ambas as pessoas escolhidas para a chefia do partido eram da chamada ala centrista, e não um de cada facção, uma mais centrista e a outra mais à esquerda).

Diz querer ganhar para Os Verdes eleitores anteriores da União Democrata Cristã (CDU) de Angela Merkel, para quem o novo líder, Friedrich Merz, está demasiado à direita, diz a jornalista da estação de televisão pública ZDF Patricia Wiedemeyer.

Os Verdes apresentaram pela primeira vez, nas últimas legislativas, uma candidatura à chancelaria, por estarem taco a taco nas sondagens com o SPD e a CDU na campanha para o Governo que se seguiria a 16 anos de Angela Merkel.

Na altura, a escolha foi entre os dois líderes do partido, Annalena Baerbock, a actual ministra dos Negócios Estrangeiros, e Robert Habeck. A escolha recaiu em Baerbock – Habeck declarou então que deveria ser ela a decidir se queria ser candidata, e ele apoiaria a sua decisão, o que aconteceu (não terá sido alheio a esta posição o facto de entre os movimentos fundadores estarem não só ecologistas e pacifistas como feministas). Desta vez, Habeck é o único candidato.

Robert Habeck foi um político popular, com facilidade em comunicar (licenciado em Filosofia, escreveu e traduziu), por outro lado, é conhecido por nem sempre considerar bem o que diz e já teve problemas por causa disso (saiu do Twitter a dada altura, agora anunciou que vai regressar ao X).

No início do Governo, estava nas posições cimeiras dos políticos mais populares da Alemanha. Mas começou a descer e nunca mais recuperou.

Os Verdes esperam agora voltar a uma posição anterior e que os eleitores se recordem de pontos altos da sua participação no Governo, como o esforço para que não houvesse problemas com o fornecimento de gás após a agressão russa na Ucrânia, evitando um racionamento, que chegou a estar em cima da mesa.

Poucos dias depois do anúncio de novas eleições, e quando se espera que os partidos da chamada coligação-semáforo (sociais-democratas, verdes e liberais) sejam penalizados nas urnas pela fraca popularidade do Governo (o apoio andava na casa dos 16% segundo uma sondagem recente), Os Verdes ganharam um grande número de novos membros.

O anúncio foi feito pela directora política do partido, Emily Büning, em Berlim, na terça-feira: “Desde quarta-feira inscreveram-se cerca de 5500 pessoas no nosso partido”, o que descreveu como um bom início de campanha, com interesse de pessoas em lutar pela protecção do clima, por justiça social e por uma sociedade aberta, declarou. O partido tem agora 130 mil membros, o que é um recorde. O diário Tagesspiegel fala ainda em milhares de euros em donativos e uma base que de repente parece motivada para uma campanha eleitoral.

Segundo uma sondagem actual do instituto Forsa para as estações de televisão RTL e n-tv, 20% dos inquiridos gostariam de ver Robert Habeck na chancelaria, abaixo do candidato da CDU, Friedrich Merz, que tem 32%, mas acima de Olaf Scholz, que aparece com 16%.

Os Verdes estão, no entanto, com valores de 12% nas sondagens, aparecendo em quarto lugar, atrás da CDU/CSU, da Alternativa para a Alemanha e do SPD.

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