DGS recua na mudança de cor de boletim de saúde infantil e juvenil, após críticas de deputado do CDS

DGS não refere que razões levaram a este recuo. Mudança para cor universal, o amarelo, seria apenas temporária, já que a direcção-geral estava a preparar uma versão digital deste boletim.

Foto
Mudança anunciada pela DGS para cor universal, o amarelo, seria apenas temporária, já que se estava a preparar uma versão digital deste boletim. DGS não refere que razões levaram a este recuo naa Nuno Alexandre Mendes
Ouça este artigo
00:00
03:03

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) avançou nesta terça-feira que, por decisão do Ministério da Saúde, vai recuar na decisão de mudar a cor dos boletins de saúde infantil e juvenil para amarelo e que vai retomar as cores que eram usadas anteriormente, o azul e rosa.

Como noticiou o PÚBLICO durante o fim-de-semana, a DGS decidiu, "por uma questão gráfica", alinhar a cor do caderno do Programa Nacional de Vacinação, que já era amarelo, com a cor do boletim de saúde infantil e juvenil. Os novos boletins, que já estão em circulação, têm um símbolo masculino ou feminino, dependendo do sexo, na capa, mas a cor é amarela para ambos. Os antigos boletins eram azuis (no caso de o bebé ser menino) e cor-de-rosa (no caso de ser menina).

Mas nesta terça-feira, em comunicado, a DGS explica que os boletins rosa e azuis vão afinal voltar, "por decisão do Ministério da Saúde" do Governo de Luís Montenegro. A mudança das duas cores para uma cor universal seria apenas temporária, já que a DGS estava a preparar a "desmaterialização" deste caderno. "Atendendo à fase de transição em que nos encontramos, considerou-se importante abdicar das cores diferentes — o digital não terá cor — e, por uma questão gráfica, alinhar a cor à do boletim do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, a cor amarela", explicou a DGS, anteriormente, em respostas enviadas ao PÚBLICO.

No comunicado emitido nesta terça-feira, a DGS não refere que razões levaram a este recuo, dizendo apenas que o "projecto de desmaterialização deste registo continua" e que, no futuro, a versão em papel será utilizada para as situações em que não seja possível emitir a versão digital.

Nesta segunda-feira, João Almeida, deputado do CDS, recorreu ao X (antigo Twitter) para comentar a decisão da DGS, dizendo que era mais "um disparate de quem devia dedicar-se a melhorar efectivamente a política pública de saúde". Na publicação, o deputado utilizou ainda a hashtag "Não Somos Todos Amarelos".

O boletim de saúde infantil e juvenil é actualizado periodicamente e de acordo com as necessidades que vão sendo identificadas. Na última actualização, foram incluídas outras mudanças além da cor: foram integrados e revistos alguns conteúdos que fazem parte dos temas de conversa com pais, mães cuidadores, como a "importância da utilização saudável e segura dos ecrãs, de brincar e de promover actividades ao ar livre, assim como de informação sobre a promoção do aleitamento materno".

Também foram actualizados os campos sobre imunizações e informações sobre o Programa Nacional de Vacinação para "ajustar o boletim aos cuidados de saúde em vigor relacionados com estas matérias".

A própria directora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, tinha confirmado, no podcast da SIC Notícias Consulta Aberta, que os boletins de saúde infantil e juvenil (e também os de saúde da grávida) iam passar a ser digitais e que algumas informações incluídas estão já "desactualizadas". "Uma das alterações que nos pediam muito era a questão das cores, de ser um boletim azul e um cor-de-rosa", explicou Rita Sá Machado. "Os boletins, se os encomendarem agora, já são amarelos. Mantêm o símbolo do rapaz e rapariga, mas já temos aqui uma cor neutra."

Sugerir correcção
Ler 26 comentários