Ruben Amorim na hora da despedida: “Não vou ser diferente em Manchester”

Treinador considera que a aventura de treinar o Sporting foi superior aquela que terá protagonizar em Inglaterra.

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“Estou pronto para o Manchester!, afirmou Amorim na despedida Miguel Vidal / REUTERS
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“Talvez tenha escolhido o desafio mais difícil, mas foi o que quis”, garantiu Ruben Amorim em Março de 2020, quando foi surpreendentemente anunciado como treinador do Sporting.

“E se corre bem?”, questionou na altura. Correu extraordinariamente, mas o enlace terminou este domingo em Braga, precisamente onde tudo começou, há pouco mais de quatro anos e meio, quando os “leões” apostaram 10 milhões na ficha do jovem técnico para o retiraram aos minhotos.

Quatro anos e meio depois, com dois campeonatos (e bem encaminhado para o terceiro), duas Taças da Liga e uma Supertaça, Amorim despediu-se de Alvalade como um dos maiores treinadores de sempre da equipa lisboeta, mas a sobriedade voltou a pautar o discurso do técnico a caminho do banco do Manchester United.

“Foi uma aventura inacreditável”, admitiu na flash interview da Sport TV, logo após o final da partida da Pedreira. “Tenho mais incertezas sobre o meu futuro [em Inglaterra] do que no futuro do Sporting”, sublinhou, considerando que a equipa tem tudo para ser bem-sucedida sem a sua presença.

“O treinador que chegar [João Pereira deverá ser apresentado como seu sucessor esta segunda-feira] vai fazer o mesmo trabalho, porque estes jogadores são muito especiais”, prosseguiu, perspectivando que o desafio do Sporting na sua carreira de treinador foi “muito mais arriscado” do que aquele que pensa ir viver em Manchester.

Indiscutível é o grande trabalho que o técnico protagonizou em Alvalade, conseguindo recuperar o estatuto de “grande” do Sporting no plano competitivo.

E promoveu uma autêntica revolução desde que assumiu os “leões”, nomeadamente ao nível do valor e soluções no plantel. Do conjunto de jogadores que encontrou em 2019-10, sobraram apenas os jovens da formação Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma, o que é esclarecedor em relação à profunda transformação da equipa.

Na despedida, Ruben Amorim agradeceu ao presidente do Sporting Frederico Varandas, mas também ao líder bracarense António Salvador, que o lançou muito jovem como técnico na alta-roda do futebol português.

Ao serviço dos “arsenalistas”, Amorim vencera o Sporting duas vezes em 2020, nas vésperas de rumar a Lisboa. Eliminou o Sporting, orientado por Silas, das meias-finais da Taça da Liga, por 2-1, em Janeiro e, menos de duas semanas depois, voltou a bater o pé ao conjunto de Alvalade no estádio da Pedreira, para o campeonato, por 1-0, com golo de Francisco Trincão.

Chega agora a Manchester com um currículo incomparavelmente superior aquele que apresentou no conjunto “leonino”, mas promete não mudar nada. “Em Manchester não vou ficar uma pessoa diferente.”

Mas as palavras de carinho e gratidão continuaram a centrar-se no Sporting. “Fui sempre muito feliz e, em cinco anos, nunca me senti sozinho, mesmo tendo ficado uma temporada [2022-23] no quinto lugar.”

Questionado sobre potenciais contratações no plantel dos “leões” para o seu novo clube durante a abertura do próximo mercado de transferências de Inverno, Amorim não se comprometeu com nada, mas sempre disse que não se podem replicar determinados contextos em clubes diferentes.

Com reforços de peso ou não no novo clube, uma coisa Amorim garante: “Estou pronto para o Manchester.”

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