Despedida épica de Amorim a caminho de Manchester

Depois de terem virado o marcador frente ao City para a Liga dos Campeões e goleado os ingleses, os “leões” repetiram a receita em Braga, após estarem a perder por duas bolas ao intervalo.

Foto
Hjulmand marcou o segundo golo do Sporting Miguel Vidal / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
04:01

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Se há despedidas perfeitas, Ruben Amorim foi bafejado com duas seguidas no Sporting, ambas com contornos épicos. Depois de ter goleado o Manchester City para a Liga dos Campeões (4-1) a meio da semana, no último jogo do técnico em Alvalade, os “leões” protagonizaram este domingo uma reviravolta extraordinária na Pedreira, com o Sp. Braga. Recuperaram de uma desvantagem de duas bolas ao intervalo, para nova goleada, por 2-4. Amorim tirou as soluções do banco e vai de peito cheio assumir o comando do Manchester United.

A primeira parte dos “leões” em Braga esteve longe do que a equipa tem feito esta temporada. Muito mérito para os minhotos, que entraram bem no encontro, pressionando alto e com a velocidade e imprevisibilidade de Bruma a provocarem desequilíbrios.

Mas não foi o ex-sportinguista quem causou mais dano à baliza do guarda-redes Israel. Irreconhecível do ponto de vista atacante, aquele que é o seu maior cartão-de-visita, o Sporting não encontrava soluções para ultrapassar a defesa bracarense. O cenário ficou pior com a lesão de Pedro Gonçalves, aos 23’, que o obrigou a abandonar prematuramente a partida, cedendo lugar a Geny Catano.

Os “leões”, que sofreram o primeiro golo aos 20’ – quando erros defensivos dos visitantes permitiram a Ricardo Horta interceptar um alívio de Debast e bater Israel –, ressentiram-se com a saída do seu melhor elemento até então em campo e fundamental na manobra atacante e no apoio ao ponta-de-lança Gyökeres.

Os lisboetas encontravam-se em desvantagem, pela primeira esta temporada na Liga, onde tinham sofrido até este encontro apenas três golos. Um cenário inédito que se complicaria ainda mais em cima do intervalo, quando Ricardo Horta bisou. Os arsenalistas tornavam-se os primeiros a marcar dois golos ao líder do campeonato.

Apesar de ter mais bola, o conjunto de Ruben Amorim era inofensivo – nenhum remate enquadrado com a baliza em 45’ – e acusava o desgaste da histórica noite europeia a meio da semana, onde goleou, em Alvalade, o Manchester City, por 4-1, na terça-feira. Da equipa titular de então, Amorim apresentou apenas uma alteração, com a entrada de Daniel Bragança para o lugar de Morita.

Golos "leoninos" saem do banco

Mais disponível fisicamente e com dois dias a menos de descanso (que se iriam reflectir na segunda parte do jogo deste domingo), face ao seu compromisso europeu – um empate a um golo frente ao Elfsborg para a Liga Europa, na quinta-feira –, os bracarenses surgiram com quatro novidades nos titulares, entre as quais Bruma.

A segunda parte não trouxe uma resposta imediata do Sporting como aconteceu frente ao City, quando a equipa marcou no primeiro lance de perigo. Pelo contrário, o jogo espelhava o que aconteceu na primeira metade.

Impotente para alterar os acontecimentos no relvado, Amorim trabalhou do banco, reforçando o ataque com Conrad Harder (Máxi Araújo), para fazer dupla com Gyökeres, e fortalecendo o meio-campo com Morita, que entrou para o lugar de Bragança, aos 57’.

Os resultados foram imediatos e fulminantes. Dois minutos depois, após um canto cobrado por Quenda, Morita diminuiu a desvantagem na recarga a um primeiro remate de St. Juste (que rendera Debast aos 45’ na defesa), devolvido pelo poste.

Um golo que galvanizou os visitantes, que criaram mais perigo nos instantes seguintes do que em toda a partida até então. Amorim gostava finalmente do que via e motivava a equipa do banco para subir no terreno e não deixar respirar o adversário, que não encontrava espaços para sair para o ataque.

Em termos práticos, apesar do domínio crescente na partida, da circulação de bola e das aproximações à área contrária, os “leões” só voltaram a encontrar a baliza de Matheus aos 72’, com um remate de Geny Catamo a obrigar a defesa apertada do guarda-redes bracarense.

O Sporting tentava surpreender de fora da área e, aos 81’, um grande remate de Hjulmand, não deu hipóteses a Matheus, deixando o jogo empatado e com emoção acrescida para os instantes finais.

Os adeptos, “leoninos” pelo menos, não saíram defraudados. Com Gyökeres a digerir o hat-trick ao City, saiu para a ribalta Conrad Harder, com dois golos (90’ e 90’+4’) a desferir os últimos golpes fatais aos minhotos ao cair do pano.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários