Artista que desenhou mascote do Vaticano gera polémica com o seu portefólio de brinquedos sexuais

Luce, que significa “luz” em italiano, foi desenhada por um artista de brinquedos sexuais. Segundo os críticos, a escolha não respeita a imagem e a moral da Igreja Católica.

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Luce, a mascote oficial do Ano Jubilar 2025 da Igreja Católica Vatican Media
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Em vésperas do Jubileu de 2025, o Vaticano lançou uma mascote chamada Luce — “luz”, em italiano —, apresentada a 28 de Outubro como o “rosto alegre do próximo ano santo da Igreja Católica”, segundo a Catholic News Agency. Contudo, o assunto tem gerado polémica na internet, uma vez que foi desenhada por Simone Legno, artista que já desenvolveu produtos LGBTQ+ e estabeleceu uma parceria com uma marca de brinquedos sexuais.

O arcebispo Rino Fisichella, principal organizador do jubileu, descreveu a mascote como parte do objectivo do Vaticano de se envolver com “a cultura pop tão amada pelos nossos jovens”, indo ao encontro da ideia de a mascote ter sido criada com o propósito de envolver um público mais novo.

No entanto, a revelação da mascote gerou críticas de importantes católicos, que acusam o Vaticano de infantilizar os crentes, endossar a ideologia LGBTQ+ e até mesmo normalizar a pedofilia clerical, diz o site de informação cristão The Stream.

Simone Legno, o co-fundador italiano da marca de cultura pop Tokidoki, desenhou Luce e os seus “amigos peregrinos” — Fe, Xin e Sky —, cada um deles vestido com casacos de cores vivas. O artista manifestou-se nas redes sociais, mostrando orgulho e entusiasmo pelo projecto.

Poucas horas depois da apresentação, porém, revelou-se que a empresa de Legno estava envolvida na promoção de eventos como o mês do orgulho LGBTQ+ e em projectos como a linha de brinquedos sexuais Lovehoney — factos que enfureceu alguns membros conservadores da Igreja Católica.

Os críticos expressaram a sua consternação pelo facto de Legno, com um portefólio que contém imagens discordantes da moral católica, ter sido escolhido para criar uma mascote para o Jubileu do ano santo.

Vestida com uma gabardina amarela, botas manchadas de lama e uma cruz de peregrino, a missão de Luce seria “guiar os jovens peregrinos em direcção à esperança e à fé, com o seu fiel cão Santino ao seu lado”, lê-se ainda na publicação da agência católica.

A verdade é que Luce foi alvo de muitos comentários pelas massas de utilizadores online, o que inspirou uma grande quantidade de reacções e memes nas redes sociais, reparou a Forbes. Num dos tweets, um utilizador escreveu que “os católicos mais velhos estão a odiar Luce, enquanto os católicos mais novos estão a gostar dela”.

Luce, apesar das reacções

Numa conferência de imprensa no Vaticano, no dia da apresentação, Fisichella descreveu os olhos brilhantes de Luce como “um símbolo da esperança do coração”, enquanto se encontrava ao lado de uma reprodução em plástico da mascote.

A gabardina amarela de marinheiro de Luce é uma referência à bandeira do Vaticano e à viagem através das tempestades da vida. As botas enlameadas da mascote representam uma odisseia longa e difícil, enquanto o seu cajado simboliza a peregrinação em direcção à eternidade.

Luce, disse ele, também será o rosto do pavilhão da Santa Sé na Expo 2025 em Osaka, Japão, onde representará o tema do pavilhão do Vaticano, A Beleza Traz Esperança, ao lado de O sepultamento de Cristo, de Caravaggio, uma pintura que será temporariamente emprestada pelos Museus do Vaticano para a exposição.

Um jubileu é um ano santo especial de graça e peregrinação na Igreja Católica. Normalmente, ocorre uma vez a cada 25 anos, embora o Papa possa convocar anos jubilares extraordinários, como no caso do Ano da Misericórdia de 2016 ou do Ano da Fé de 2013.

O ano jubilar propriamente dito começará com a abertura da Porta Santa da Basílica de S. Pedro, na véspera de Natal de 2024, dando as boas-vindas a 30 milhões de peregrinos em Roma até ao final do Ano Santo, a 6 de Janeiro de 2026.

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