Com Le Rêve du Jaguar, Miguel Bonnefoy recebeu o prémio Femina

Escritor franco-venezuelano é também candidato ao Médicis, a anunciar esta quarta-feira. Le Rêve du Jaguar já recebeu o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa.

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Miguel Bonnefoy Audrey Dufer
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O escritor franco-venezuelano Miguel Bonnefoy recebeu terça-feira o prémio Femina de romance com Le Rêve du Jaguar, bisando assim a obra nos grandes galardões literários franceses já que fora também meritório do Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, no mês passado. É também candidato ao Médicis, a anunciar esta quarta-feira.

Na semana dos prémios literários franceses, com o Goncourt a ser atribuído a Kamel Daoud por Houris (ed. Gallimard) na segunda-feira e o Médicis a ser anunciado esta quarta-feira, o Femina foi para Bonnefoy por um livro que é uma saga familiar passada em três países (Chile, Venezuela e França). “É um prémio pelo qual esperei dez anos”, disse Bonnefoy, no Museu Carnavalet de Paris, onde decorreu a cerimónia de anúncio e entrega do prémio. Há agora quem se questione, dado que o escritor também integra a lista de finalistas do Médicis, se terá também direito a este prémio e, por isso, a uma rara consagração literária acumulada em França.

Miguel Bonnefoy, que tem apenas Uma Herança (ed. Asa, 2023) editado em Portugal, tem 37 anos e é autor de obras como Le Voyage d’Octavio, l’Inventeur, Sucre Noir ou Jungle. Uma Herança, de 2020, fora já finalista dos prémios Goncourt, Femina e do Grande Prémio da Academia Francesa. O escritor, que vive em Berlim, estudou em Portugal no Liceu Francês, sendo a sua mãe adida cultural da Embaixada da Venezuela em Paris e o seu pai romancista e refugiado político da ditadura de Pinochet.

O prémio Femina de romance estrangeiro foi para Alia Trabucco Zeran, chilena de origem palestiniana, com Propre (ed. Robert Laffont). Já o Prémio Femina de ensaio foi atribuído a Paul Audi por Tenir Tête (ed. Stock), sobre o anti-semitismo em França. O escritor irlandês Colm Tóibín recebeu um prémio especial por Long Island (ed. Grasset).

O prémio Femina foi criado há 120 anos para combater a dominância masculina nos prémios literários franceses. No ano passado, o galardão principal foi entregue a Neige Sinno, por Triste Tigre (ed. P.O.L.).

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