Ataques israelitas matam 12 pessoas em Gaza e mantêm a pressão sobre Norte do enclave

Israel notificou oficialmente as Nações Unidas do cancelamento do acordo que regulava as suas relações com a UNRWA desde 1967.

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Palestinianos carregam caixa com ajuda humanitária da UNRWA em Deir Al-Balah Ramadan Abed / REUTERS
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Os bombardeamentos israelitas mataram pelo menos 12 palestinianos em Gaza esta segunda-feira e os residentes receiam que novos ataques aéreos e terrestres tenham como objectivo esvaziar as zonas de civis no Norte do enclave.

A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, a UNRWA, afirmou que Israel estava a reduzir o número de camiões de ajuda humanitária autorizados a entrar em Gaza, agravando a escassez de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais, embora Israel tenha negado esta informação.

No último derramamento de sangue, médicos locais disseram à Reuters que sete pessoas foram mortas num ataque a duas casas na cidade de Beit Lahiya, no Norte de Gaza. Outros cinco foram mortos em ataques separados nas zonas central e sul do enclave. Várias pessoas ficaram feridas nos ataques, disseram as mesmas fontes, acrescentando que as forças israelitas tinham enviado tanques para o Nordeste do campo de Nuseirat.

O Ministério da Saúde palestiniano afirmou que as forças israelitas continuavam a bombardear o Hospital Kamal Adwan e que tinham ferido muitos funcionários e pacientes.

“O pessoal médico não pode deslocar-se entre os departamentos do hospital e não pode socorrer os seus colegas feridos. Parece que foi tomada a decisão de executar todo o pessoal que se recusou a sair do hospital”.

As forças armadas israelitas afirmam que se esforçam por minimizar os danos causados aos civis de Gaza quando as suas forças combatem os militantes do Hamas que utilizam abrigos e hospitais para encenar ataques contra as suas forças. O grupo islamista nega este facto.

As autoridades palestinianas acreditam que as novas ofensivas e as ordens de evacuação tenham como objectivo esvaziar duas cidades do Norte de Gaza e um campo de refugiados para criar zonas tampão. Israel afirma que está a tentar manter os civis fora de perigo.

Philippe Lazzarini, director da UNRWA, afirmou esta segunda-feira que Israel reduziu a entrada de camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza para uma média de 30 camiões por dia, o valor mais baixo desde há muito tempo. Este número representa apenas 6% dos fornecimentos comerciais e humanitários que costumavam entrar em Gaza antes da guerra.

“Isto não pode satisfazer as necessidades de dois milhões de pessoas, muitas das quais estão a morrer de fome, doentes e em condições desesperadas”, disse Lazzarini na rede social X.

Um porta-voz do Governo israelita disse que não foi imposto qualquer limite à entrada de ajuda, tendo 47 camiões de entrado no Norte de Gaza só no domingo.

Nesta segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel disse que notificou oficialmente as Nações Unidas do cancelamento do acordo que regulava as suas relações com a UNRWA desde 1967, banindo efectivamente a agência.

“Restringir o acesso humanitário e, ao mesmo tempo, desmantelar a UNRWA irá acrescentar uma camada adicional de sofrimento a um sofrimento já indescritível”, afirmou Lazzarini.