Morreu Quincy Jones, um dos maiores produtores musicais do mundo

Quincy Jones, nome incontornável da indústria musical e autor de sucessos como o álbum Thriller, tinha 91 anos. A morte foi confirmada pelo agente e pela família.

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Quincy Jones morreu na noite de domingo. Tinha 91 anos GUS RUELAS / REUTERS
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Quincy Jones, nome incontornável da indústria musical e produtor de artistas tão consagrados como Michael Jackson ou Frank Sinatra, morreu aos 91 anos. A morte foi confirmada pelo agente, Arnold Robinson, e pela família do artista na manhã desta segunda-feira. "Com o coração cheio mas partido, temos de partilhar a notícia do falecimento do nosso pai e irmão Quincy Jones", lê-se no comunicado emitido pela família. "Embora esta seja uma perda avassaladora para a nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele."

Quincy Jones morreu em casa, na região de Bel Air, na cidade norte-americana de Los Angeles, na noite de domingo. Para a história ficam, por exemplo, os três álbuns que fizeram de Michael Jackson o rei da pop — Off the Wall, Thriller e Bad —​ e os trabalhos que desenvolveu com artistas como Will Smith, Donna Summer e Aretha Franklin. É um dos artistas com o maior número de nomeações para os Grammy: foram 80, ultrapassados apenas pelas 88 nomeações conquistadas tanto por Beyoncé como por Jay-Z. Venceu em 28 dessas ocasiões.

Mas o trabalho de Quincy Jones ultrapassa o mundo da pop. O produtor musical também compôs peças para Count Basie, nome de referência do jazz norte-americano, e criou as bandas sonoras de filmes como A Cor Púrpura (1985), Austin Powers (1997) ou Get Rich or Die Tryin' — Vencer ou Morrer (2005). Além da música, Quincy Jones esteve envolvido na produção da sitcom O Príncipe de Bel-Air (1990) e na criação do serviço de televisão Qwest TV. As mais de sete décadas de carreira incluem ainda a produção da canção We are the world, que juntou 45 cantores norte-americanos no projecto de luta contra a fome em África em 1985.

"Sentimos conforto e imenso orgulho em saber que o amor e a alegria, que eram a essência do seu ser, foram partilhados com o mundo através de tudo o que ele criou", disse a família no comunicado. "Através da sua música e do seu amor sem limites, o coração de Quincy Jones baterá para a eternidade."

Quincy Delight Jones Jr. nasceu em Chicago em Março de 1933, filho de mãe e pai que descendiam de escravos. Após o divórcio dos pais, Quincy Jones mudou-se com o pai para Washington, onde, já na escola secundária, aprende a tocar instrumentos de percussão. Com Ray Charles criou uma banda e aos 16 anos começou a estudar Música a nível universitário, passando por Seattle, Boston e Nova Iorque. Durante as tours europeias, ao lado do músico Lionel Hampton, privou com artistas como Pablo Picasso e James Baldwin.

O percurso musical levou-o a tornar-se, em 1968, o primeiro afro-americano a ser nomeado para os Óscares na categoria de Melhor Canção Original, com a música The eyes of love, criada com Bob Russell para o filme Banning. Foi uma das sete nomeações para estes prémios da indústria cinematográfica. Em 1995, a Academia das Artes e Ciências Cinematográficas concedeu-lhe o Prémio Humanitário Jean Hersholt, que distingue projectos de cariz solidário.

Na sua autobiografia, Quincy Jones dissertou sobre a importância que a música tinha na sua vida. "Era a única coisa que eu podia controlar", escreveu. "Era o único mundo que me oferecia liberdade... Eu não precisava de procurar respostas. As respostas não estavam para além do som da minha trompete e das minhas partituras rabiscadas a lápis. A música tornava-me completo, forte, popular, auto-suficiente e porreiro."

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