O génio Quincy Jones
Se alguém pode dizer “Aprendi com os melhores”, é ele. Só que ele também pode dizer: “Os melhores até aprenderam mais comigo do que eu com eles.”
Quincy Jones é um génio que já trabalhou com mais génios, a pedido ajoelhado desses génios, do que qualquer outro ser humano, génio ou não. E, para mais, lembra-se de tudo. Se alguém pode dizer “Aprendi com os melhores”, é ele. Só que ele também pode dizer: “Os melhores até aprenderam mais comigo do que eu com eles.”
Por isso é que Chris Heath, que o entrevistou para a GQ, escolheu o título Quincy Jones has a story about that. Quincy Jones, que tem 84 anos e está a apontar para os 110, com a ajuda de meia dúzia de premiados Nobel, parece ter estado no princípio de todas as aventuras musicais do século XX que começaram depois de ele ter nascido.
A entrevista é espectacular, divertida e provocadora, como o próprio Quincy Jones. Conta a noite em que Prince tentou matar Michael Jackson. Sim, a sério. Acusa Jerry Lee Lewis de lhe ter roubado o Great balls of fire. Estava com Tommy Dorsey quando este rejeitou Elvis Presley, por não saber cantar. Chris Heath pergunta-lhe se concorda com essa opinião. Quincy Jones responde “claro” — e depois explica porquê.
Quincy Jones sabe contar boas histórias e tirar conclusões que fazem pensar e que se aproveitam sem grandes adaptações. Reitera que, sim, existe o talento e existe a sorte, mas que a única coisa que conta, para a arte e para a realização, é o trabalho. Infelizmente é verdade: não há segredos para o sucesso. Não há atalhos. Não se torna mais fácil à medida que se avança. Só com muito trabalho é que se vai lá. Gente, nem o génio ajuda.