“Pela ordem e pela Pátria”

Num país que se orgulha de ter sido dos pioneiros a abolir a pena de morte, o racismo parece convencer muitos agentes que se podem substituir à justiça.

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1987, Fernando Semedo, Queluz. 1994, Romão Monteiro, 33 anos, cigano, morto em Matosinhos enquanto estava detido e algemado. 2001, Ângelo Semedo, 17 anos. 2002, António Pereira, 25 anos, operário, membro do Centro Cultural Africano de Setúbal, morto no Bairro da Bela Vista. 2003, Carlos Reis (“PTB”), 20 anos, morador no Zambujal (o mesmo bairro de Odair Moniz), baleado na cabeça por um agente da PSP durante uma “operação-stop”. 2004, José Carlos Vicente (“Téte”), 16 anos, morador no Bairro 6 de Maio, Amadora, morre no hospital dois dias depois de ter sido identificado na esquadra da Reboleira. 2005, João, 17 anos, morador no Bairro Amarelo, Almada, morto pela GNR, Quinta do Raposo de Cima, Monte da Caparica. 2009, Elson Sanches (“Kuku”), 14 anos, na Quinta da Laje, Amadora, abatido à queima-roupa. 2010, Mc Snake (Nuno Rodrigues), rapper, 30 anos, Alcântara, Lisboa, baleado depois de desobedecer a uma ordem de paragem numa “operação-stop”. 2013, Diogo Filipe Borges Seidi (“Musso”), 15 anos, Bairro 6 de Maio, morre no Hospital Amadora-Sintra depois de se queixar de ter sido torturado pela polícia na esquadra de Alfragide. E, agora, Odair Moniz, 43 anos, Zambujal. Quatro tiros, dois mortais, disparados a curta distância.

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