“Toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrer”

OMS confirma operação de Israel contra um dos únicos hospitais que ainda consegue funcionar na região. Duas crianças morreram e 44 médicos e funcionários foram detidos.

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As forças israelitas atacaram o Hospital Kamal Adwan na sexta-feira Stringer / REUTERS
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É preciso pôr termo “ao que as forças de Israel estão a fazer no norte de Gaza, sob cerco”, escreveu Joyce Msuya, subsecretária-geral interina da ONU para os Assuntos Humanitários e coordenadora da Ajuda de Emergência, na rede X. “Os hospitais foram atingidos e o pessoal hospital detido. Os abrigos são esvaziados e incendiados. Os socorristas são impedidos de resgatar pessoas debaixo dos escombros”, enumerou Msuya no texto que publicou neste sábado.

Há cinco dias, responsáveis hospitalares disseram à Al-Jazeera que Israel tinha morto pelo menos 640 palestinianos desde que cercara a região, 17 dias antes. “As forças da ocupação estão a forçar os residentes a fugir debaixo das bombas ou a enfrentar a morte”, afirmava o ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana.

“Toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrer”, conclui agora Msuya. O comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, falou no “momento mais sombrio” da guerra de Gaza: “Neste momento, os militares israelitas estão a submeter uma população inteira a bombardeamentos, cercos e risco de fome”.

A Organização Mundial de Saúde e organizações não-governamentais como os Médicos Sem Fronteiras alertaram para a situação no Hospital Kamal Adwan, um de três que ainda funciona (de forma muito precária) no norte do enclave palestiniano e o mais próximo das zonas que têm estado mais sob fogo, Beit Lahiya e Jabalia. Depois de ter sido invadido na sexta-feira pelas forças israelitas, o hospital esteve cercado durante grande parte do dia, antes de os militares assumirem novas posições, a uma certa distância do edifício.

Segundo o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, todos os médicos e funcionários homens (44) foram detidos, deixando apenas as médicas e enfermeiras, o director do hospital e um médico “a cuidar de quase 200 pessoas que precisam desesperadamente de atenção médica”. De acordo com o ministério da saúde de Gaza, pelo menos duas crianças morreram na unidade de cuidados intensivos depois de os geradores terem parado durante o ataque.

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