Anterior governo criou grupo de trabalho, mas relatório sobre heliportos não ficou concluído em tempo

Grupo de trabalho criado pelo anterior Governo devia avaliar as condições em que os heliportos podem ser autorizados. Mas relatório não foi concluído no prazo de seis meses definido para o efeito.

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Em 2020, executivo de António Costa identificou uma lista de 12 heliportos hospitalares em que a reabilitação se afigurava “prioritária” Daniel Rocha
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Em 2020, o anterior executivo, liderado por António Costa, anunciou uma “reabilitação dos heliportos” hospitalares. Mas com a pandemia, nada terá avançado. O tema voltou a estar em cima da mesa, em 2023, com a criação de um grupo de trabalho incumbido de "identificar e monitorizar o cumprimento dos procedimentos tendentes à obtenção de autorização de utilização aplicável aos heliportos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde”. Mas os seis meses previstos esgotaram-se sem que o relatório final tenha sido concluído nesse prazo.

Foi em Fevereiro de 2020, um mês antes dos primeiros casos de covid-19 em Portugal – a pandemia acabou por permanecer dois anos -, que o governo de António Costa assumiu que existiam mais de 30 heliportos hospitalares que necessitavam de “intervenção com vista à melhoria da sua operacionalidade”. Nesse comunicado, era identificada uma lista de 12 heliportos em que a reabilitação se afigurava “prioritária”.

Previa-se que as intervenções nos heliportos dos hospitais de Bragança, Matosinhos, Covões e Universitário de Coimbra, Viseu, Covilhã, Abrantes, Santa Maria (Lisboa), Garcia de Orta (Almada), Évora, Litoral Alentejano e Faro ficassem “concluídas até ao final de 2020”. Mas isso não aconteceu.

O tema volta a ganhar novo ímpeto no final de Julho do ano passado, quando o anterior governo PS cria um grupo de trabalho (GT) para “avaliar as condições” em que os heliportos podem ser autorizados e apresentar as soluções que permitam “manter o nível de certificação dos heliportos hospitalares, para operarem em conformidade com os requisitos legais”.

O grupo contava com representantes da Associação Nacional de Municípios Portugueses, do Gabinete da Secretária de Estado da Promoção da Saúde, do Gabinete do Ministro das Infra-estruturas (na altura o ministro era João Galamba), da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (então liderada por Fernando Araújo), do INEM (então presidido por Luís Meira) e da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

O grupo tinha seis meses para apresentar o relatório final. Contudo, “na sequência da alteração de todos os nomeados no GT, com a excepção do representante da ANAC, por cessação de funções ou mandatos, não foi produzido um relatório final no período estabelecido”, respondeu a ANAC.

O PÚBLICO questionou o Ministério da Saúde sobre o tema, que respondeu que “há processos de certificação de heliportos de várias ULS [Unidades Locais de Saúde] em curso”, que “estão a ser articulados” entre aquelas entidades e a ANAC. Perguntou também sobre possíveis verbas a que as ULS se pudessem candidatar para a melhoria dos heliportos. O ministério esclarece que “cabe aos hospitais prever, nos seus Planos de Desenvolvimento Operacional, as verbas necessárias para a actividade que desenvolvem”.

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