Ronaldo foi marcar à terra de Lewandowski

Grande exibição de Portugal em Varsóvia valeu um triunfo justo, mas que pecou por escasso face ao desperdício. O jovem Renato Veiga, de 21 anos, foi a surpresa de Roberto Martínez.

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Cristiano Ronaldo depois de marcar o segundo golo da selecção portuguesa MIGUEL A. LOPES / LUSA
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Numa partida que colocou frente-a-frente dois dos maiores goleadores da história do futebol, que somam juntos 1586 golos, Cristiano Ronaldo levou a melhor sobre Robert Lewandowski. O atacante português marcou no triunfo de Portugal, por 3-1, e a selecção nacional está muito perto da final a quatro da Liga das Nações.

Poucas vezes Portugal terá demonstrado tão claramente as suas capacidades colectivas e individuais como neste sábado na primeira parte do embate com a Polónia, em Varsóvia, para a fase de grupos da Liga das Nações. Uma exibição madura, após o ímpeto inicial do adversário, que teve uma meia hora de luxo, abrilhantada com golos de Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo.

A grande novidade de Roberto Martínez para esta terceira jornada foi a estreia absoluta de Renato Veiga, de 21 anos, e logo a titular, no centro da defesa. O jovem jogador, formado no Sporting, está a viver um período de sonho, depois de ter sido contratado este Verão pelo Chelsea, a troco de 14 milhões de euros. Ao lado de Rúben Dias, abriu ainda mais o leque de opções ao retirado Pepe, com a vantagem de ter uma enorme versatilidade.

No meio-campo, bailavam Rúben Neves, Bruno Fernandes e Bernardo Silva, que assinaram em conjunto o golo inaugural, aos 26’. Um passe do primeiro encontrou o segundo de costas para a baliza, servindo de cabeça o médio do Manchester City que, de primeira e com o pé esquerdo, abriu a contagem.

Mas antes, já Portugal criara um conjunto de boas oportunidades para marcar, com a trave e o guarda-redes Skorupski a adiarem o que parecia inevitável. Ronaldo viu a barra devolver-lhe a bola, aos 11’, e um grande remate de Bruno Fernandes serviu para o sucessor de Wojciech Szczesny – homenageado antes do apito inicial – brilhar nas redes polacas.

Com Rafael Leão igualmente em grande destaque no lado canhoto do ataque, Portugal foi exibindo a sua classe e superioridade frente ao conjunto capitaneado por Lewandowski, a quem a defesa nacional deixava espaço para ser perigoso. Só o conseguiu na segunda metade a espaços.

Já o atacante português do AC Milan foi ainda um dos protagonistas do segundo golo, através de uma jogada alucinante da sua autoria. Apanhou a bola ainda antes do meio-campo e, imparável, deixou para trás três adversários, antes de rematar cruzado ao poste esquerdo. A bola foi devolvida precisamente para os pés de Ronaldo, que assinou facilmente o seu 133.º golo ao serviço da selecção, aos 37’.

Rafael Leão voltou a carregar no acelerador aos 61’, quando voltou a levar os polacos à frente, antes de cruzar atrasado para Bruno Fernandes permitir mais uma intervenção de nível de Skorupski.

Do lado contrário do ataque nacional, Pedro Neto tinha uma dupla missão, que passava pelo policiamento apertado de Zalewski, o mais esclarecido municiador do ataque polaco, pela esquerda.

Autogolo antes do final

A vencer por duas bolas ao intervalo uma equipa que já não perdia em casa desde 2022, Portugal procurou dar seguimento à boa exibição no reatamento. E esteve perto de apontar o terceiro, não fosse algum excesso de altruísmo de Ronaldo. Servido por Dalot e em excelente posição para marcar, o capitão condescendeu e preferiu dar o golo a Bruno Fernandes, que falhou o remate, aos 55’.

Foi também o "canto de cisne" de Ronaldo na partida, já que cedeu pouco depois o lugar a Diogo Jota (63’). Instantes depois, foi um desgastado Rafael Leão a dar o palco a Francisco Trincão, que regressou à selecção após um longo interregno de três anos.

Pouco esclarecida no momento ofensivo, a Polónia conseguiu criar algum perigo, aos 55’, com Lewandowski a encontrar espaço e a cabecear ligeiramente ao lado, após uma saída em falso de Diogo Costa.

Com a partida controlada, o conjunto ibérico foi desperdiçando oportunidades mais ou menos claras, mas não conseguiu matar o jogo, que até passou a ter uma nova vida a partir dos 78’: o recém-entrado Urbanski assistiu Zielenski para o golo de honra dos polacos. Portugal voltava a sofrer um golo nesta fase de grupos, complicando os instantes finais em Varsóvia.

Mas foram os próprios polacos a descomplicar dez minutos depois, com um autogolo de Bednarek, quando tentava evitar que a bola chegasse a Diogo Jota.

Depois dos triunfos frente à Croácia (2-1) e Escócia (2-1), Portugal soma nove pontos e lidera a classificação, com três de vantagem sobre os croatas, que bateram este sábado a Escócia, por 2-1. Na terça-feira, a selecção nacional volta a entrar em acção, em Glasgow, na Escócia, para o tira-teimas com os britânicos.

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