Roberto Martínez: “A Polónia é forte, tem individualidades e assume o risco”
Seleccionador adverte para a qualidade do adversário, que coloca vários desafios tácticos, é especialmente perigoso nas bolas paradas e não perde em casa desde 2022.
Roberto Martínez, seleccionador de Portugal, mostrou-se esta manhã, na conferência de imprensa que antecedeu o último treino na Cidade do Futebol e a viagem para a Polónia, ansioso por jogar em Varsóvia, num ambiente que acredita ser importante para ajudar a equipa nacional a crescer, a posicionar-se de forma a avançar na Liga das Nações e, de uma forma mais abrangente, a criar as dinâmicas necessárias para o grande objectivo: o Mundial de 2026.
A decisão de fazer a conferência de imprensa (aberta, via Zoom, à imprensa internacional) em Portugal mereceu críticas na Polónia, mas Martínez esclareceu que o respeito pelos jornalistas polacos não pode ser questionado, estando previsto um encontro com os media no hotel, em Varsóvia. Uma decisão relacionada com a logística para evitar constrangimentos e atrasos que influenciem o normal desenrolar da viagem, com chegada a solo polaco prevista para as 21h.
Roberto Martínez não poupa nos elogios à equipa da Polónia, alertando para a qualidade de uma selecção que “tem ideias claras, está bem estruturada e assume riscos de forma a optimizar o talento das suas individualidades, havendo uma boa mistura de jogadores jovens e mais experientes”. “É uma selecção que joga para ganhar e que será um desafio muito bom para lutarmos pela vitória”, admitiu o treinador espanhol.
Em Varsóvia, num estádio que Martínez classificou como um dos melhores, Portugal encontrará um adversário que não perde em casa há mais de dois anos, desde Setembro de 2022, quando cedeu perante os Países Baixos (0-2), três meses depois de ter perdido com a Bélgica de Roberto Martínez (0-1), igualmente em contexto de Liga das Nações.
Agora, dez jogos e oito triunfos depois, a Polónia recebe o líder do Grupo A1 com a ambição de igualar Portugal na liderança. Para contrariar os intuitos dos polacos, Roberto Martínez espera poder apresentar uma equipa concentrada e optimizada para lidar com as características de um adversário que “joga na largura, defendendo e atacando com muitos jogadores”, o que considera um desafio táctico.
“Teremos de anular os pontos fortes da Polónia, que estatisticamente é muito forte nas bolas paradas e possui individualidades influentes”, destaca, contrapondo com um grupo e um balneário forte, de "grande qualidade humana” e com soluções suficientes para abordar o jogo da Polónia e o da Escócia, 72 horas depois.
Martínez diz-se satisfeito com a “competitividade e energia” trazidas pelos mais novos, embora não prometa alterações significativas, como tem sido notório nos jogos já realizados, independentemente da questão da excessiva carga de jogos a que os futebolistas de elite têm sido submetidos.
“O essencial é encontrar um bom equilíbrio. Há conceitos defensivos que estamos a trabalhar para enfrentar a Polónia”, explica, sem deixar pistas sobre quem jogará ao lado de Rúben Dias, depois da dispensa de Gonçalo Inácio, permanecendo as dúvidas relativas à inclusão de Tomás Araújo, promovido dos sub-21, atendendo ao momento de António Silva e às interrogações suscitadas pela inclusão do ambivalente Renato Veiga.
Martínez enfatizou apenas a experiência acumulada por alguém tão jovem como António Silva e reservou-se o direito de não divulgar ou antecipar as escolhas. No geral, o seleccionador de Portugal espera poder prolongar em Varsóvia o ciclo vitorioso, fundamental para ajudar a equipa a crescer e a preparar-se para o Mundial, que considera o objectivo global.