Israel ataca posto da ONU no Líbano. Dois capacetes azuis feridos

As Forças de Defesa de Israel atacaram as instalações da UNIFIL. A missão da ONU no Líbano acredita que o ataque foi intencional e deixa um aviso para que Israel cumpra os seus deveres.

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UNIFIL deixa aviso a Israel depois de ataque que feriu capacetes azuis Thaier Al-Sudani / REUTERS
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A UNIFIL, missão da ONU no Líbano, avançou, esta quinta-feira, através de uma série de publicações no X, que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atacaram as suas instalações em Naqoura, no Sul do Líbano. O ataque, que se crê intencional, deixou dois capacetes azuis feridos.

O comunicado publicado na rede social explica que, nos últimos dias, a UNIFIL tem assistido "às incursões de Israel no Líbano, em Naqoura e noutras zonas. Soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) entraram em confronto com elementos do Hezbollah no terreno, no Líbano. O quartel-general da UNIFIL, em Naqoura, e as posições próximas foram repetidamente atingidos".

Sobre o ataque desta quinta-feira, adiantam que "dois soldados de manutenção da paz [capacetes azuis] ficaram feridos depois de um tanque das IDF ter disparado contra uma torre de observação do quartel-general da UNIFIL em Naqoura, atingindo-a directamente e provocando a sua queda". A entidade pertencente à ONU acrescentou que "felizmente, desta vez, os ferimentos não são graves, mas os dois continuam hospitalizados."

No mesmo conjunto de publicações, acrescenta-se que as IDF também dispararam contra uma posição da ONU em Labbouneh, atingindo a entrada de um bunker onde as forças de manutenção da paz se abrigavam. Foram danificados veículos, um sistema de comunicações e foi visto um drone israelita na zona.

A UNIFIL também dá conta de um ataque que terá ocorrido esta quarta-feira, no qual os soldados das IDF "dispararam deliberadamente contra as câmaras de vigilância do perímetro do posto e desactivaram-nas", bem como contra a UNP 1-32 A, em Ras Naqoura, o lugar onde se realizavam reuniões entre Israel, Líbano e ONU antes do início do conflito.

Na sequência destes ataques, a UNIFIL recordou "às IDF e a todos os intervenientes, as suas obrigações de garantir a segurança do pessoal e dos bens da ONU e de respeitar a inviolabilidade das instalações da ONU em todas as circunstâncias", adicionando que os capacetes azuis se encontram no local para ajudar no "regresso à estabilidade, ao abrigo do mandato do Conselho de Segurança da ONU."

O organismo acrescenta ainda que "qualquer ataque deliberado constitui uma grave violação do Direito Internacional Humanitário, Resolução 1701 do Conselho de Segurança." A Reuters avança que as IDF ainda não comentaram a situação.

A missão da UNIFIL, com cerca de 10 mil militares de 47 países, já tinha demonstrado preocupação sobre a actividade de Israel perto dos seus postos de controlo, nomeadamente depois do aviso de alguns meios de comunicação irlandeses. Na altura desta notícia, e como citado no El País, a ONU afirmou estar a relatar a situação aos "interlocutores israelitas, através dos canais regulares".

Os ataques de Israel a estas infra-estruturas são frequentemente justificados com o pretexto de que o Hezbollah utiliza os edifícios.

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