Nova livraria abre no espaço da antiga pastelaria Suprema na Avenida de Roma, em Lisboa

As instalações da antiga pastelaria Suprema, que funcionou até 2014 na Avenida de Roma, Lisboa, serão ocupadas por uma nova loja de livros em segunda mão.

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A Suprema fechou em 2014
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A Re-Read é uma cadeia de livrarias em segunda mão que nasceu em Espanha. Chega, este ano, a Portugal, ocupando as antigas instalações da pastelaria Suprema.
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A Re-Read é uma cadeia de livrarias em segunda mão que nasceu em Espanha. Chega, este ano, a Portugal, ocupando as antigas instalações da pastelaria Suprema Nelson Garrido
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O que resta da antiga pastelaria Suprema, que se instalou durante décadas em Alvalade, Lisboa, esteve visível para os moradores e para os que passassem na Avenida de Roma durante dez anos. Desde que fechou, em 2014, a loja não foi ocupada por outros proprietários. Essa realidade muda este ano, já estando o espaço em obras para acolher uma nova livraria: a primeira Re-Read em Portugal.

Os moradores encaram a antiga Suprema como uma das várias pastelarias emblemáticas de Lisboa, embora fosse “subestimada” durante os seus anos de funcionamento - segundo o que contam à nova gerência. Este café funcionava como um ponto de encontro para alguns grupos, tal como acontecia com o Va-Vá, a Sul América (que também fechou, em 2016) ou outras pastelarias icónicas lisboetas.

Agora, espera-se a abertura, no mesmo número 61B da Avenida de Roma, de uma loja de livros em segunda mão. “Os grandes objectivos são promover a sustentabilidade e a economia circular, além de assegurar um comércio de proximidade”, enumera Inês Toscano, sócia gerente da nova Re-Read. “Queremos garantir o acesso a livros e à cultura”, vendendo o primeiro livro por quatro euros e todas as unidades a partir da quinta por três euros. "Isto traz receptividade à leitura, porque são valores acessíveis. Se um jovem vir um livro novo por 20 euros, poderá optar por simplesmente gastar esse valor noutra coisa”, explica.

É a primeira Re-Read em Portugal, mas esta já é uma cadeia de referência em Espanha, onde existem 58 lojas, e está em processo de internacionalização, com uma abertura em Paris em Março deste ano. O conceito, que já foi premiado, nasceu em Barcelona.

Além de vender livros usados, a Re-Read também os compra por um valor de 25 cêntimos cada, o que “é bastante útil para quem tem muitos livros em casa e já não os vai ler”, defende Inês Toscano. Compram “livros em bom estado, de todos os géneros e em qualquer idioma, editados a partir dos anos 90”, à excepção de “enciclopédias, revistas, manuais escolares, livros antigos, rasurados ou amarelados”, pode ler-se num panfleto.

Promete-se, relativamente ao estabelecimento, um “design moderno, com organização dos livros por género e por ordem alfabética, o que não é muito comum em livrarias em segunda mão”, afirma a gerente. A par disso, inova-se com alertas relativos à chegada de livros específicos, uma vez que, devido à circulação rápida dos mesmos, não existe um catálogo com todos os exemplares disponíveis. Ainda em obras, acredita-se que a loja possa abrir em Novembro.

“É um negócio que funciona muito bem em bairros com vizinhos”, que conheçam e frequentem com regularidade o espaço, na visão de Inês Toscano. Acredita, portanto, que a nova Re-Read irá beneficiar da comunidade que também envolveu a antiga Suprema. A gerente confessa que não conhecia a história daquele espaço, que escolheu aleatoriamente devido à escassez de salas disponíveis em Lisboa, mas afirma que, desde os primeiros contactos com os vizinhos, tem ouvido testemunhos. “Contaram-me que era uma pastelaria de referência, que muita gente passava lá as tardes”, explica. Por isso, não tem dúvidas: a nova loja “vai fazer justiça à herança do espaço, até porque as reacções dos moradores têm sido muito positivas”.

Texto editado por Ana Fernandes

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