Carlos III deverá suspender os tratamentos para o cancro durante a visita à Austrália e Samoa

A visita de Estado inicia-se a 18 de Outubro e terá a duração de dez dias, privilegiando os temas próximos a Carlos e Camila, como as alterações climáticas ou a literacia.

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Carlos e Camila na Escócia em Setembro deste ano REUTERS/Russell Cheyne
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Carlos III está quase de partida para aquela que será a sua primeira viagem à Commonwealth enquanto monarca. O soberano britânico terá recebido autorização dos oncologistas para a viagem de dez dias à Austrália e Samoa, a partir de 18 de Outubro, avança o Palácio de Buckingham. Os médicos estarão de tal forma satisfeitos com a recuperação do rei, que, durante os dias da viagem, diz a revista Tatler, não deverá ter de fazer quaisquer tratamentos para o cancro.

A digressão real, destinada a celebrar “o melhor da Austrália e de Samoa, enquanto reflecte o trabalho do rei e da rainha”, vai passar por Sidney e Camberra, antes de rumar à ilha do Sul do Pacífico, onde Carlos vai participar na reunião dos chefes de Estado da Commonwealth, de que fazem parte 56 nações — Carlos é rei em 15.

Inicialmente, a visita incluíria a Nova Zelândia e as ilhas Fiji, mas o diagnóstico de cancro anunciado em Fevereiro obrigou a encurtá-la. “Os médicos do rei aconselharam que se evitasse prolongar a viagem nesta altura, para dar prioridade à continuação da recuperação de Sua Majestade”, esclarece o Palácio de Buckingham em comunicado no início desta semana. E declara: “Tal como aconteceu com todos os compromissos recentes de Sua Majestade, o programa em ambos os países será sujeito a aconselhamento médico e a quaisquer alterações necessárias por motivos de saúde.”

A visita de Estado está a ser interpretada pela imprensa britânica como um sinal de alívio quanto à saúde do rei, de tal forma que avançam a notícia de que os tratamentos para o cancro (não especificado) serão suspensos durante a estada no estrangeiro. Carlos deverá continuar o tratamento até ao dia da viagem, retomando-o novamente assim que chegar. Para garantir que corre tudo bem, será acompanhado por um médico — uma prática comum nestas visitas dos chefes de Estado.

O Palácio de Buckingham recusou comentar este tema, detalhando apenas a intensa agenda da viagem, que só incluirá um dia livre. No primeiro dia, Carlos e Camila serão recebidos no Parlamento australiano pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, que é conhecido por ser republicano e por defender o fim da monarquia no país, mas que sempre se confessou um admirador de Isabel II. “A visita real é uma oportunidade para mostrar o melhor da Austrália — a nossa cultura rica, o nosso sentido de comunidade e as nossas contribuições para a ciência, a investigação e o progresso global”, declarou o governante, em comunicado citado pela Tatler.

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Carlos e Diana na Austrália em Março de 1983 REUTERS/Stringer

Indo ao encontro dos interesses de Carlos e Camila, ambos terão reuniões a solo durante a visita à Austrália. O rei vai encontrar-se com a equipa dos jardins botânicos para discutir as alterações climáticas, um tema por que se interessa particularmente, para depois receber os cientistas da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation que lhe falarão sobre a melhor forma de combater os incêndios florestais.

Por sua vez, Camila vai ser uma das oradoras de uma conferência sobre violência doméstica e encontrar-se-á também com crianças, a propósito do seu clube de leitura. Haverá, ainda, espaço para falarem sobre cancro, um tema que têm abraçado particularmente desde o diagnóstico de Carlos no início deste ano, numa reunião com os investigadores Georgina Long e Richard Scolyer, que se têm dedicado à investigação sobre o melanoma. Numa nota menos formal, os monarcas vão ainda participar num churrasco comunitário em Sydney.

Já em Samoa, espera-os uma agenda ligada às tradições locais, com o rei a plantar uma árvore no Jardim Botânico, que inaugura uma nova área baptizada a partir de Carlos III. Antes disso, vai também encontrar-se com líderes espirituais e alguns jovens. Enquanto Camila estará numa escola local para ver como as crianças aprendem a ler e a escrever em samoano.

Esta visita à Austrália marca a 16.ª viagem de Carlos àquele país. A primeira vez que o visitou foi em 1966 quando tinha 17 anos e passou dois semestres na Geelong Grammar School. Mas a visita mais mediática foi em 1983, quando percorreu o país ao lado da princesa Diana e do filho William, que tinha apenas dez meses.

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