Evadido de Vale de Judeus estava escondido em casa de amigo

Fábio Loureiro está condenado a 25 anos de prisão pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão.

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Fábio Loureiro foi detido este domingo DR
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Fábio Loureiro apanhado nas imagens de videovigilância no momento da fuga da cadeia de Vale de Judeus
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Imagens dos restantes reclusos apanhadas pela videovigilância da cadeia de Vale de Judeus
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A fuga da prisão de Vale de Judeus aconteceu há precisamente um mês Rui Gaudêncio
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Um evadido do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Fábio Loureiro, foi detido por volta das 22h deste domingo, em Tânger, pelas autoridades marroquinas em colaboração com as autoridades espanholas e em estreita articulação com a Polícia Judiciária (PJ).

Segundo foi possível apurar, Fábio Loureiro fora acolhido em casa de um amigo, de nacionalidade portuguesa. Esse cidadão, que reside em Marrocos há alguns anos, também foi detido pelas autoridades domingo, numa rua de Tânger. Não resistiram à detenção.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a PJ afiança que, desde o dia da fuga, a 7 de Setembro, “desenvolveu um trabalho ininterrupto de investigação e de recolha de informação”. Para os cinco fugitivos foram emitidos mandados de detenção internacional.

Na Interpol, há um aviso vermelho, isto é, um pedido às autoridades de todo o mundo para localizar, deter e entregar. Estes alertas são publicados a pedido da polícia sempre que alguém representa uma ameaça ou a ajuda do público se revela útil.

Segundo a PJ, a operação policial internacional foi desencadeada em menos de 24 horas. Na sua base estarão pistas recolhidas por si que indicavam que Fábio Loureiro tinha passado por Espanha e encontrava-se escondido em Marrocos. Teve apoio do Cuerpo Nacional de Policia (CNP) espanhol e da Direcção Geral de Vigilância Territorial Nacional (DGST) marroquina.

Fábio Fernandes Santos Loureiro tem 34 anos e um longo registo criminal. Foi condenado a 25 anos de prisão pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injúria, furto qualificado, resistência e coacção sobre funcionário e condução sem habilitação legal. Tem outras penas por crimes cometidos na prisão.

Nascido no Poço Partido, União de Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, município de Lagoa, Algarve, chamou a atenção das autoridades quando ascendeu à liderança de um gang juvenil. Foi detido em 2012, quando passava férias em Odemira, Alentejo. Evadido de Vale dos Judeus desde dia 7 de Setembro, deverá agora ser presente às autoridades judiciárias de Marrocos tendo em vista a sua extradição para Portugal para efeitos de cumprimento de pena.

Há uma Convenção em Matéria de Extradição entre a República Portuguesa e o Reino de Marrocos, que foi assinada em Rabat no dia 17 de Abril de 2007. Conforme se lê nesse acordo, “a pessoa detida para efeitos de extradição pode declarar que consente na sua entrega imediata à parte requerente e que renuncia ao processo judicial de extradição, depois de informada de que tem direito a esse processo”. Os dois homens deverão ser presentes ao tribunal esta terça-feira.

Recorde-se que a fuga dos cinco reclusos, todos considerados perigosos, levou à demissão do então director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído interinamente por Maria Isabel Leitão, que ocupava o lugar de subdirectora. No momento da fuga, a cadeia estava sem director (José Ribeiro Pereira reformara-se a 1 de Julho. Já em Setembro, foi nomeado um novo director, Carlos Moreira (que estava na Carregueira).

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, ordenou uma auditoria à segurança das 49 cadeias portuguesas e uma auditoria de gestão ao sistema prisional. Por estes dias, aguarda o relatório final do Serviço de Auditoria e Inspecção da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

Para esta segunda-feira está agendado um "Encontro de Solidariedade da Guarda Prisional", em frente ao Estabelecimento Prisional (EP) de Vale de Judeus. Segundo o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), esta iniciativa "visa demonstrar a união e o apoio do corpo da guarda prisional aos colegas do EP de Vale de Judeus" e, desta forma, "demonstrar que existem problemas transversais a todos os estabelecimentos prisionais e que afectam a vida de todos" estes profissionais.

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