Ministra diz que turismo de Saúde é “matéria sensível” e precisa de ser investigado
Ana Paula Martins admite que há casos que têm de ser investigados, mas garante que Governo trabalha para “acolher aqueles que escolheram Portugal para trabalhar, para residir e para ter a sua vida”.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse nesta sexta-feira que o turismo de saúde é uma "matéria sensível", com alguns contornos que têm de ser investigados, mas reforçou que o Serviço Nacional de Saúde "não deixa ninguém à porta".
"É uma matéria sensível, mas temos que distinguir duas dimensões", disse a ministra, exemplificando: "Uma coisa é a questão das migrações, e o Governo tem um plano para as migrações, uma matéria interministerial (...), outra coisa é a questão do turismo de saúde, que tem alguns contornos que têm que ser analisados e investigados muito bem."
A governante, que falava à margem da cerimónia dos 125 anos da Direcção-Geral da Saúde, que decorreu em Carcavelos, sublinhou que o Governo está a trabalhar para "acolher aqueles que escolheram Portugal para trabalhar, para residir e para ter a sua vida" e não vai deixar de os integrar e de lhes dar resposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"O nosso Serviço Nacional de Saúde não deixa ninguém à porta", acrescentou.
A ministra falava quando questionada a propósito de uma reportagem transmitida pela RTP na quinta-feira que indicava que o número de "acessos indevidos" ao SNS aumentou, explicando tratar-se de "casos de pessoas sem número de utente ou passaporte português e sem registos clínicos no país".
"O que vimos foi estas equipas, apesar dos constrangimentos que têm e que nós todos conhecemos, a dar resposta, a adaptarem-se do ponto de vista multicultural, o que não é fácil, como também foi visto", acrescentou a ministra.
Em Julho, no Parlamento, a ministra da Saúde já tinha reconhecido que há doentes estrangeiros que vêm a Portugal apenas para fazerem tratamentos bastantes dispendiosos no SNS, explicando que não tinha números mas que a realidade era conhecida dos administradores hospitalares e que a tutela ia estudar o assunto para intervir.
"Os conselhos de administração dos diversos hospitais falam-nos nisso. Nós conhecemos a realidade, mas não conhecemos os números em detalhe e para podermos intervir é preciso ter números", defendeu, na altura.