Mark Rutte visita Kiev para reiterar apoio da NATO à Ucrânia
O novo secretário-geral da NATO visitou de surpresa a Ucrânia pela primeira vez desde que assumiu o cargo, há dois dias.
O novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, visitou, nesta quinta-feira, a capital ucraniana, Kiev, dois dias depois de assumir o cargo para reiterar o apoio da aliança atlântica à Ucrânia, tendo-se encontrado com o Presidente do país, Volodymyr Zelensky.
“A Ucrânia está mais perto da NATO do que nunca e continuará nesta via até garantir a sua adesão à NATO”, afirmou Rutte, que falou numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano.
É a primeira visita oficial de Rutte desde que foi nomeado como sucessor de Jens Stoltenberg à frente da NATO, meses depois de abandonar a liderança do Governo dos Países Baixos, onde esteve durante mais de 13 anos.
"A Ucrânia torna-se mais forte de dia para dia, mais interoperável com a NATO e mais bem preparada do que nunca para aderir à nossa aliança”, acrescentou, sublinhando que se está a construir “a ponte para a adesão da Ucrânia”.
Zelensky levantou a possibilidade de os aliados da NATO começarem a abater drones e mísseis da Rússia, à semelhança do que foi feito em Israel durante o ataque com mísseis pelo Irão.
“Continuaremos a convencer os nossos parceiros da necessidade de abater os mísseis e drones russos. Estamos conscientes de que se trata de uma decisão difícil... Eles ainda não estão preparados”, afirmou o Presidente ucraniano, citado pela agência AP.
“A intercepção conjunta de mísseis iranianos não é diferente da intercepção conjunta de mísseis russos, e especialmente dos 'Shaheds', que ligam os regimes russo e iraniano”, acrescentou Zelensky, numa publicação na rede social X.
O Presidente da Ucrânia aproveitou para reiterar a necessidade de apoio dos aliados com armas de longo alcance, pedido que tem sido constante do líder ucraniano.
“A Ucrânia precisa de reforçar as suas posições na linha da frente para que possamos aumentar a pressão sobre a Rússia em nome de uma diplomacia justa e verdadeira”, justificou Zelensky na rede social X. A necessidade de “uma quantidade e qualidade suficientes de armas de longo alcance”, cujo fornecimento, na opinião do Presidente, “está a ser atrasado” pelos seus parceiros.
"Sem armas de longo alcance, não podemos parar a Rússia, que está a usar essas armas contra nós, a destruir tudo”, afirmou, na conferência, o Presidente.
Nas declarações feitas por Rutte, o secretário-geral transmitiu o que foi acordado na Cimeira da NATO em Washington: “Mais equipamento, mais formação, mais apoio.”
Os aliados da NATO, diz Rutte, “concordaram com um compromisso financeiro com uma base de 40 mil milhões de euros de ajuda militar no prazo de um ano e com o compromisso de rever este nível de apoio todos os anos, para que a Ucrânia tenha o que precisa para prevalecer”.
“Sabemos que a necessidade é urgente e estamos a trabalhar arduamente para fazer mais e mais rapidamente”, acrescenta, sublinhando que, “nas últimas semanas, vários aliados anunciaram mais ajuda militar à Ucrânia, incluindo novas contribuições da Dinamarca, da Letónia, do Reino Unido e mais de sete mil milhões de euros de assistência dos Estados Unidos”.