Quem poderá seguir-se na liderança do Hezbollah?

Hashem Safi al-Din, o “número dois” do movimento xiita libanês escapou a ataques israelitas e especula-se que suceda agora a Nasrallah. Quer seja ele ou outro, “vai ter dificuldades”.

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Hashem Safi al-Din, primo de Nasrallah, também é um líder religioso, tendo estudado teologia com o líder agora assassinado em Najaf (Iraque) e Qom (Irão) khamenei.ir
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O Hezbollah ainda não indicou quem poderá ser o próximo líder depois da morte de Hassan Nasrallah, que chefiava o movimento xiita libanês há mais de três décadas, mas vários meios de comunicação apontaram a possibilidade de poder ser nomeado em breve um dos poucos líderes que escaparam aos ataques de Israel: Hashem Safi al-Din, primo de Nasrallah e que é também um líder religioso, tendo estudado teologia com o líder agora assassinado em Najaf (Iraque) e Qom (Irão).

Safi al-Din (ou Saffieddin) já fora visto como um potencial sucessor de Nasrallah quando este foi alvo de uma tentativa de envenenamento em 2008.

Há muito que é considerado o “número dois” de facto do grupo. Formalmente é, desde 2001, o chefe do conselho executivo do movimento e supervisiona as questões políticas do Hezbollah, com responsabilidades também na área de apoio social, diz o diário britânico The Guardian. Tem também assento no conselho da Jihad que supervisiona as operações militares do grupo.

Em 2017, foi designado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos como “terrorista”.

Outra ligação familiar importante aconteceu em 2020 quando o seu filho Reza se casou com Zeinab Soleimani, filha de Qassem Soleimani, poderoso comandante da Força Quds dos Guardas da Revolução do Irão, morto num ataque dos EUA em Bagdad.

Mas quer seja Safi al-Din ou outro o próximo sucessor, certo é que será muito difícil ter um papel semelhante ao de Nasrallah no movimento e na sua ligação com o Irão.

Como sublinhava o New York Times, Nasrallah tinha vários papéis, “de guia religioso, estratega político, e comandante militar”; a analista Rym Momtaz dizia que Nasrallah conseguia “respeito e disciplina dos seus soldados” e que apesar de ser “odiado pela maioria dos libaneses, estes reconheciam a sua aura”, por isso “todos os sucessores vão ter dificuldades”.

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