Mahmoud Abbas na ONU: “Parem de enviar armas para Israel”

O presidente da Autoridade Palestiniana foi a Nova Iorque dizer que os palestinianos “não serão expulsos das suas terras” e que caberá ao futuro Estado palestiniano governar a Faixa de Gaza.

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Mahmoud Abbas foi aplaudido à chegada à Assembleia Geral SARAH YENESEL / EPA
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“Não nos vamos embora. Não nos vamos embora. Não nos vamos embora”, foi assim que o presidente da Autoridade Palestiniana iniciou o seu discurso na Assembleia Geral anual das Nações Unidas, nesta quinta-feira. Depois da garantia, aplaudida pela assistência, vieram os apelos: “Parem de matar crianças e mulheres. Parem o genocídio. Parem de enviar armas para Israel. Esta loucura não pode continuar. O mundo inteiro é responsável pelo que está a acontecer ao nosso povo em Gaza e na Cisjordânia”, afirmou.

A frase inicial referia-se a todos os territórios ocupados, mas particularmente à Faixa de Gaza, numa altura em que muitos dos que ali já foram colonos não escondem o desejo de regressar. “Não permitiremos a expulsão dos palestinianos das suas terras”, disse, exigindo a “retirada total de Israel da Faixa de Gaza” e rejeitando a criação de zonas-tampão ou a ocupação de qualquer parte do território por Israel.

Com as atenções centradas no Líbano, Abbas falou mais ou menos à mesma hora em que o Ministério da Saúde de Gaza anunciava que um ataque a uma escola que funciona como abrigo em Jabalia, no Norte da Faixa, matou pelo menos 11 pessoas, incluindo crianças e mulheres. Um pouco antes, o balanço das 24 horas anteriores dava conta da chegada aos hospitais de 39 mortos e 86 feridos. Como quase sempre, havia ainda um número indeterminado de vítimas debaixo dos escombros.

Ao todo, terão já morrido pelo menos 41.534 pessoas e mais de 90 mil ficaram feridas na guerra iniciada por Israel desde os brutais ataques do Hamas contra comunidades israelitas, que fizeram perto de 1200 mortos, a 7 de Outubro. Os dados não distinguem entre combatentes e civis, mas a maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Afirmando que após os ataques do ano passado condenou a morte de civis de ambos os lados e pediu o fim da guerra, Abbas acusou os Estados Unidos pelas tentativas de bloquear as resoluções do Conselho de Segurança que exigiam a Israel um cessar-fogo em Gaza.

Depois do fim da guerra em Gaza, disse, os palestinianos precisarão de "protecção internacional" e caberá ao “Estado palestiniano” assumir “as suas responsabilidades" em Gaza.

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