Embaixada dos EUA esclarece que voo barrado por Portugal “não era norte-americano”

Sobrevoo do espaço aéreo de Portugal foi recusado a 10 de Setembro. Avião tinha partido de aeroporto dos EUA

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Nuno Ferreira Santos
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A embaixada dos EUA em Portugal esclareceu que o avião com armamento para Israel, cujo sobrevoo de território português foi negado pelo Governo de Luís Montenegro, não se tratava de um voo norte-americano.

"O nosso entendimento é que o voo teve origem nos EUA, mas não é um voo dos EUA. Não temos mais informações", afirmou ao PÚBLICO a porta-voz da embaixada, Marie Blanchard.

Em entrevista ao PÚBLICO/Renascença, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, revelou que dia 10 de Setembro o Governo português recusou o pedido de um avião para entrar no espaço aéreo nacional e de fazer uma paragem nas Lajes, nos Açores, porque transportava armas para Israel, exportação que Portugal proibiu devido ao conflito com a Palestina.

"Este Governo proibiu este mês o sobrevoo de um avião que vinha dos Estados Unidos para Israel com armamento. (...) A decisão formal foi tomada a 10 de Setembro. Teve a ver com o direito de escala nas Lajes e o sobrevoo", explicou o ministro.

O Governo português encontra-se, por outro lado, a analisar juridicamente a eventual retirada do pavilhão português a um navio que carrega material explosivo, rumo a Montenegro e Eslovénia, cujos compradores finais são empresas de armamento de Israel, Polónia e Eslováquia.

O caso foi denunciado por organizações não-governamentais em Agosto. O Governo português começou por dizer que o navio não tinha nada a ver com Israel, mas esta semana, em entrevista ao PÚBLICO/Renascença, o ministro dos Negócios Estrangeiros revelou que afinal já era do seu conhecimento que parte da carga seria empregue na indústria de armamento israelita.

O Governo ainda não tomou uma decisão, prosseguiu Rangel, porque parte da carga é destinada a dois países aliados da NATO. Esta quinta-feira, o BE e o PCP acusaram o Governo de "passividade" e "hipocrisia".

Para a semana, Paulo Rangel irá ao Parlamento dar explicações sobre este caso, numa audição sido aprovada por unanimidade.

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