Príncipe Harry aos 40 anos: “A minha missão é continuar a fazer o bem”
O filho mais novo de Carlos III passa o aniversário afastado da família real. A celebração será feita em casa, na Califórnia, com Meghan e os filhos, antes de uma viagem com amigos.
O príncipe Harry confessa-se “entusiasmado” por celebrar 40 anos. Em declarações exclusivas à BBC a propósito do aniversário deste domingo, 15 de Setembro, o duque de Sussex garante que a “ansiedade” dos 30 anos fica para trás e está preparado para “a próxima década”. E declara: “Seja qual for a idade, a minha missão é continuar a fazer o bem no mundo”.
É mais um aniversário que Harry passa longe do pai, Carlos III, e do irmão, William, depois de ter abandonado os deveres reais em 2020 e se ter mudado para Califórnia com a mulher, Meghan Markle. É com a duquesa de Sussex e com os dois filhos, Archie, de 5 anos, e Lilibet de 3, na casa da família em Montecito, que passará o dia de aniversário. Depois, detalha, vai de férias com um grupo de amigos próximos.
“Tornar-me pai de duas crianças incrivelmente amáveis e divertidas deu-me uma nova perspectiva da vida, bem como uma maior concentração em todo o meu trabalho”, reflecte. “Ser pai é uma das maiores alegrias da vida e só me tornou mais motivado e mais empenhado em fazer deste mundo um lugar melhor.”
Essa pretensão nem sempre foi clara ao longo da última (turbulenta) década de vida. Quando celebrou 30 anos, em 2014, Harry acabava de regressar a casa da segunda missão com o Exército britânico no Afeganistão ─ quando matou 25 pessoas, como contou no polémico livro de memórias Na Sombra, desabafando que ficou com sequelas do trauma, incluindo “horríveis ataques de pânico”.
Mas foi também nesse ano que fundou os Jogos Invictus. O filho de Carlos III e da princesa Diana já explicou como a competição, ao estilo da Jogos Olímpicos para antigos combatentes, o ajudou a lidar com o trauma da guerra e a chamar a atenção para a realidade dos feridos em combate.
Na vida pessoal, ainda em 2014, terminou a relação com a então namorada Cressida Bonas. Dois anos depois, conheceria a actriz Meghan Markle, com quem se casou em Maio de 2018.
Os dramas dos anos seguintes são bem conhecidos pelo público. Na sequência na mudança para os EUA, Harry e a família afastaram-se irremediavelmente, depois de uma polémica entrevista a Oprah onde o duque de Sussex acusava o Palácio de Buckingham de racismo, um documentário da Neflix e o malfadado livro de memórias.
No ano passado, Harry esteve com a família para a coroação de Carlos III, mas viajou sozinho e ficou na terceira fila da Abadia de Westminster, ao lado das primas, Eugenie e Beatrice, de quem é particularmente próximo. Em Fevereiro deste ano, quando foi anunciado que o rei tinha cancro, o filho viajou para estar com o pai, mas sabe-se que o encontro terá durado, nem mais, nem menos, do que 30 minutos.
Entretanto, Harry já regressou a Londres em trabalho e a BBC escreve que terá sido convidado para ficar numa propriedade real ─ o casal foi despejado da sua casa, Frogmore Cottage, em Windsor ─ mas não quis aceitar o convite, justificando que precisava de se deslocar facilmente no centro da cidade para os vários compromissos sociais.
Agora, de cada vez que vai ao Reino Unido, Harry tem de pagar pela sua própria segurança, depois de o Comité Executivo para a Protecção da Realeza e das Figuras Públicas (RAVEC, na sigla original) se ter negado a prestar-lhe esse serviço. A decisão foi defendida pelo Governo e corroborada pelo Supremo Tribunal.
Como tal, Harry fez saber que vai manter a mulher, Meghan Markle, longe do Reino Unido por tempo indeterminado. “Continua a ser perigoso. E quer se trate de uma faca ou de ácido, o que quer que seja, são coisas que me preocupam verdadeiramente”, declarou em Julho numa entrevista para o documentário da ITV Tabloids on Trial. E lamentou: “O Reino Unido é fundamental para a herança cultural dos meus filhos e um lugar onde quero que eles se sintam em casa, tanto quanto onde vivem actualmente nos Estados Unidos. Isso não pode acontecer se não houver possibilidade de os manter em segurança quando estão em solo britânico.”
Nos últimos anos, o duque de Sussex tem-se debatido contra os tablóides britânicos e ainda tem duas lutas legais em curso contra as editoras do The Mail e do The Sun. Em Dezembro, o Supremo Tribunal concluiu que ele foi alvo de pirataria informática por parte do Mirror Group Newspapers.
Longe dos holofotes da realeza, os Sussex dedicam-se à associação de beneficência Archewell, apesar de em 2023 terem registado uma quebra de doações, além de rotulados como os “maiores perdedores” do ano segundo o ranking da The Hollywood Reporter dos mais e menos poderosos de Hollywood.
Recentemente, lançaram um novo projecto, The Parents Network, que visa apoiar os pais de filhos expostos a conteúdo perigoso nas redes sociais. No âmbito da iniciativa, depois de terem viajado para a Nigéria em Maio, estiveram em Agosto na Colômbia (uma viagem que terá custado mais de 50 mil euros ao Governo colombiano) para falar sobre o tema e a importância da saúde mental ─ uma das causas de ambos.
Em dia de aniversário, Harry recusa-se a recordar episódios menos bons, focando-se no futuro em tom positivo. “Que venha a próxima década”, conclui.