Há mesmo uma campanha orquestrada contra o MP

É extraordinária e assustadora esta desvalorização do que se passa.

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O mais relevante da tardia audição da procuradora-geral da República foi, na verdade, a forma como ativamente Lucília Gago pareceu ignorar a realidade da atuação do Ministério Público e como nada do que sucede lhe suscita um tímido balanço reflexivo. Durante quase duas horas de audição, a propósito de questões críticas para o funcionamento da justiça em Portugal – detenções com prazos para além do que a lei autoriza; violações sistemáticas do segredo de justiça; duração excessiva de inquéritos ou o recurso abusivo a escutas –, Lucília Gago sacudiu invariavelmente a água do capote e nenhum tema mereceu uma singela palavra de repúdio ou de mera perplexidade. É extraordinária e assustadora esta desvalorização do que se passa.

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