Associações gestoras da água na UE querem prioridade para sector e estratégia comum

A água “tem de ser uma prioridade política, estratégica e financeira para a UE”, defendem as associações de gestão hídrica europeias, depois de encontro anual em Évora.

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A Barragem do Monte da Rocha, em Ourique, é uma das que foram esvaziadas pela seca nos últimos anos Rui Gaudêncio
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As associações gestoras da água na União Europeia (UE) defendem que a resiliência hídrica deve ser "prioridade máxima" e que Bruxelas deve implementar uma "estratégia comum" para o sector que influencie as políticas europeias.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, as associações assumem que vão defender em Bruxelas "uma estratégia comum que influencie as políticas europeias em torno das questões da quantidade e da gestão da água".

A posição da EUWMA - European Union of Water Management Associations, divulgada pela Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG), que acabou de assumir a presidência desta organização europeia, realça que a "resiliência hídrica na UE é prioridade máxima".

É necessária uma "acção urgente e estratégia a longo prazo para a água na UE que assegure que os problemas de quantidade de água sejam devidamente considerados", pode ler-se no comunicado, que apresenta as conclusões da reunião anual da EUWMA, que decorreu em Évora no início desta semana.

"A estratégia europeia para o sector deve ser comum, com todos a pensar em conjunto nos fins múltiplos que a água tem que ter, o que vai no sentido do que já disseram a presidente da Comissão Europeia e os ministros da Agricultura e do Ambiente de Portugal", frisou à agência Lusa José Núncio, presidente da EUWMA e da FENAREG.

Citado também no comunicado, o responsável defende que "este é o momento" para "passar das palavras aos actos" sobre a "forma como a água é captada, transportada, armazenada e gerida", para permitir "que o regadio se torne mais sustentável e capaz de responder às necessidades criadas pelas alterações climáticas".

No encontro, "todas as associações consideraram de extrema importância que a Estratégia de Resiliência Hídrica da UE tenha voltado a ser colocada na agenda estratégica 2024-2029 pela presidente da Comissão Europeia", Ursula Von der Leyen.

"Mas temos de dar prioridade à luta contra secas e inundações para salvaguardarmos o nosso futuro e o da água. Este é um assunto que não pode ser adiado e que requer uma acção urgente e imediata, ancorada numa estratégia de longo prazo e que seja concertada entre todos os países", insistiu José Núncio.

A água "tem de ser uma prioridade política, estratégica e financeira para a UE", pois, "dela depende a segurança alimentar na Europa, bem como a competitividade, e a coesão social e territorial".

"O desafio da água será, provavelmente, o maior do nosso século e passa por uma transformação profunda que já está em curso, que exige inovação contínua, conhecimento, tecnologia, mas também vontade política e financiamento", segundo José Núncio.

A EUWMA, criada em 1996, representa as organizações gestoras de água de 10 estados-membros: Bélgica, Itália, Hungria, Alemanha, França, Espanha, Portugal, Reino Unido, Roménia e Holanda.