Ex-ministro Miguel Macedo regressa a um cargo no PSD. Mas não à vida política
O antigo ministro da Administração Interna do Governo de Passos Coelho considera que já deu o seu “contributo” e que, agora, deve “dar lugar aos novos”.
Miguel Macedo, ex-ministro do PSD, aceitou integrar a lista de Paulo Cunha, vice-presidente e eurodeputado do PSD, à liderança da distrital de Braga do partido. Mas rejeita que se trate de um regresso à política. "Isso está fora de causa", garante ao PÚBLICO.
O também ex-deputado e antigo líder parlamentar do PSD afastou-se da vida política em 2014, altura em que se demitiu do cargo de ministro da Administração Interna, depois de ter sido acusado de três crimes de prevaricação e um de tráfico de influência no "caso dos vistos gold". Ilibado das acusações em 2019, garantiu então que o afastamento era definitivo. “A política é um capítulo encerrado”, disse à revista Notícias Magazine, já depois da decisão de absolvição.
Este ano, o antigo dirigente do PSD entrou no painel de comentadores do programa "O Princípio da Incerteza" da CNN e, agora, candidata-se a presidente da mesa da assembleia distrital de Braga do PSD. Mas Macedo garante que este regresso não é uma antecâmara de uma participação mais activa na vida política. "É mesmo para presidir à mesa da assembleia distrital, não mais do que isso. Isso está fora de causa", diz ao PÚBLICO.
Miguel Macedo explica que o actual presidente da distrital de Braga do PSD o convidou para integrar a lista porque já tinha sido presidente da mesa da assembleia no primeiro mandato de Paulo Cunha enquanto líder da comissão política distrital de Braga, entre 2010 e 2014.
Caso seja eleito, irá, por isso, regressar àquele órgão, mas não a outros cargos políticos: "Não estou em mais nada nem tenciono estar". "Já dei o meu contributo e não tenho grande disponibilidade neste momento para ocupar outras actividades. É preciso dar lugar aos novos".
"Protagonizar" as autárquicas
A candidatura à comissão política distrital de Braga do PSD foi anunciada esta segunda-feira por Paulo Cunha, com os olhos postos nas eleições locais de 2025. Numa nota enviada à comunicação social, o dirigente social-democrata assume como um "dos objectivos principais" do mandato "ser apoio de âmbito distrital à acção do Governo", a fim de ajudar "na tarefa patriótica de bem governar o país", mas também "protagonizar as melhores propostas autárquicas para vencer 2025".
"O mandato que nos espera, caso mereçamos a confiança dos nossos militantes, é ambicioso e exigente, mas assumo que temos a motivação, a competência, a experiência e o foco que consideramos serem decisivos para sermos vitoriosos", afirma Paulo Cunha num comunicado em que diz ter reunido "as mais diferentes sensibilidades", com "o apoio de todas as estruturas de secção".
Além de Miguel Macedo, fazem parte da lista, que vai a votos esta sexta-feira, César Teixeira e José Padrão, candidatos à liderança do Conselho de Jurisdição e da Comissão Distrital de Auditoria Financeira, respectivamente.