Mais um depósito de petróleo em chamas na Rússia após ataque ucraniano com drone
Tanques de petróleo estão a arder num depósito em Rostov após um ataque da Ucrânia. É o segundo fogo causado por drones em depósitos de combustível na Rússia em dez dias.
Um depósito de combustível na província russa de Rostov foi incendiado na sequência de um ataque de drones ucranianos na madrugada desta quarta-feira, de acordo com as autoridades locais. É a segunda vez num mês que um depósito de combustível é atingido na mesma região.
O ataque ocorreu no distrito de Kamensky e não foram registadas vítimas, segundo o governador de Rostov, Vasili Golubev. Nas redes sociais circulam vídeos em que é possível ver enormes nuvens de fumo e chamas em torno do complexo de depósitos. A Reuters conseguiu identificar o local que surge num dos vídeos como sendo efectivamente no distrito de Kamensky.
As unidades de defesa aérea russas destruíram quatro drones que sobrevoavam a região durante a noite, informou o Ministério da Defesa russo, sem nunca mencionar um ataque específico ao depósito de petróleo. Anteriormente, o canal Baza no Telegram, próximo dos serviços de segurança russos, afirmou que três tanques estavam a arder no depósito de petróleo de Kamensky, depois de dois drones terem caído na zona.
A cidade onde estão localizados os depósitos fica a 15 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, nomeadamente a região de Lugansk, actualmente ocupada pela Rússia.
No início de Agosto, foi também atacado um depósito de combustível no distrito de Kamensky. O ataque desta quarta-feira ocorre numa altura em que os tanques ainda estavam a arder noutro depósito de petróleo no distrito de Proletarsk, também em Rostov, cerca de dez dias depois de um ataque ucraniano, segundo os canais russos do Telegram.
Alexander Gusev, o governador de Voronezh, que faz fronteira com a Ucrânia, disse que os destroços de um drone lançado pela Ucrânia sobre a região provocaram um incêndio "perto de objectos explosivos", mas não houve detonação. O fogo foi extinto, disse Gusev no Telegram, e os habitantes começaram a regressar às suas casas em duas povoações de onde tinham sido retirados.
O ataque foi levado a cabo pelos serviços de informações militares ucranianos, os HUR, e pelas Forças de Operações Especiais, de acordo com uma fonte anónima dos HUR citada pelo Kyiv Independent.
“Estas instalações são parte do complexo militar-industrial russo e têm participação directa no fornecimento logístico às forças russas de ocupação”, afirmou a mesma fonte.
Ambos os lados negam ter alvos civis na guerra, que se prolonga por 30 meses desde o início da invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia, em Fevereiro de 2022. Kiev afirma que os seus ataques aéreos visam destruir infra-estruturas energéticas, de transportes e militares que são fundamentais para o esforço de guerra de Moscovo.
Entretanto, o Kremlin respondeu à ideia avançada na terça-feira pelo Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acerca de um plano para pôr fim à guerra. “Esta não é a primeira vez que ouvimos declarações destas por parte de representantes do regime de Kiev”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Na véspera, Zelensky tinha dito que pretende apresentar ao Presidente norte-americano, Joe Biden, e aos dois candidatos presidenciais, Kamala Harris e Donald Trump, os pormenores do seu plano para pôr fim à guerra e chegar à mesa de negociações numa posição de vantagem frente à Rússia.
Em Moscovo, a surpreendente ocupação de uma área de 1300 quilómetros quadrados pelas forças ucranianas na província de Kursk não parece alterar em nada os cálculos dos decisores do Kremlin, como deixou claro Peskov: “Vamos continuar com a nossa operação militar especial e iremos alcançar todos os nossos objectivos.”