Estado da arriba da Bafureira motiva acção urgente da Câmara de Cascais

Responsáveis locais e ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, visitaram esta sexta-feira a zona onde se está a fazer a contenção da arriba da Bafureira.

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Maria da Graça Carvalho visitou a obra de intervenção de reabilitação da arriba da Bafureira MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
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O estado da arriba da Bafureira, na Praia de São Pedro do Estoril, levou a Câmara Municipal de Cascais a desencadear uma acção urgente, sem esperar pela intervenção mais alargada que está prevista para mais praias do concelho.

Apesar da sinalética, há quem continue a ignorar a proibição e se passeie calmamente pela arriba, conforme confirmaram vários responsáveis políticos que visitaram a zona, liderados pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho. Os monitores que apetrecham o Veículo de Comandos e Comunicações da Protecção Civil de Cascais, estacionado ao cimo da Praia de São Pedro do Estoril, vão recebendo imagens de um drone que permite observar de perto a erosão costeira da zona.

A Câmara de Cascais decidiu avançar com a contenção das arribas, nomeadamente a da Bafureira, apesar de esta acção ser da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Em declarações à agência Lusa, Nuno Piteira Lopes, vice-presidente da autarquia, justificou a decisão: "É uma zona que está interdita já há bastante tempo, mas, de forma muito recorrente, [...] as pessoas ainda continuam a insistir em estar nesses locais e, para nós, o ambiente e a segurança são prioridades máximas." Nesse sentido, a autarquia decidiu "avançar de imediato", mal acabe a época balnear, para a "consolidação e reparação" da arriba da Bafureira.

As zonas de perigo "estão muito bem sinalizadas, mas mesmo assim, há pessoas que se aproximam", lamentou a ministra, em declarações aos jornalistas, na Praia de São Pedro do Estoril. Concordando com a "intervenção urgente" na arriba da Bafureira, Maria da Graça Carvalho lembrou que os trabalhos demoram e, enquanto tal, as pessoas não devem estar em zonas de risco. "Em relação à qualidade da água, as pessoas cumprem bastante, mas, nesta questão das arribas, ainda há pessoas que arriscam e não devem arriscar", comparou.

A autarquia de Cascais vai fazer um primeiro investimento de 950 mil euros, que precede uma segunda intervenção, mais alargada e conduzida pela APA, ao longo de todo o litoral, entre a Parede e São Pedro do Estoril (num total de cerca de 3,5 milhões de euros).

A visita da ministra do Ambiente começou com uma deslocação à ribeira de Sassoeiros, uma das maiores do concelho de Cascais. Agora seca, muda de cara no Inverno, lembrou António Carmona Rodrigues, actualmente presidente da Águas de Portugal, que guiou a ministra pelo projecto de renaturalização da ribeira de Sassoeiros que ele próprio projectou. "Esta ribeira já foi testada em alturas de inundações e correu bem", disse. A intervenção na ribeira dos Sassoeiros integra o programa de renaturalização de cursos de água, que passa pela construção de bacias de retenção (para evitar cheias no inverno), pela regularização das margens e pela limpeza do leito das ribeiras.