Dívida das famílias, empresas e Estado aumenta 15,6 mil milhões no semestre

De acordo com os dados do Banco de Portugal, o endividamento do sector público subiu 13,7 mil milhões de euros.

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Ricardo Lopes
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O endividamento do sector não financeiro aumentou em 15.600 milhões de euros no primeiro semestre deste ano face aos seis meses imediatamente anteriores, para 811.300 milhões de euros, informou esta sexta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Em termos homólogos, face ao primeiro semestre de 2023, o endividamento do sector não financeiro (que integra administrações públicas, empresas e particulares) subiu 1410 milhões de euros.

Em Junho de 2024, a taxa de variação anual do endividamento das empresas situou-se em 2,8%, a mesma taxa registada em Maio, enquanto o endividamento dos particulares cresceu 1,2%, valor superior ao verificado em Maio (0,9%).

Segundo nota o BdP, “em ambos os sectores, a taxa de variação anual do endividamento tem observado uma tendência de crescimento desde o final de 2023”.

Do endividamento total no final de Junho, 444.400 milhões de euros respeitavam ao sector privado (empresas privadas e particulares) e 366.900 milhões de euros ao sector público (administrações públicas e empresas públicas).

De acordo com o banco central, o endividamento do sector público subiu 13.700 milhões de euros em cadeia, tendo-se este acréscimo verificado “sobretudo junto do resto do mundo (14.100 milhões de euros), essencialmente pelo investimento do resto do mundo em títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas (13.500 milhões de euros, dos quais nove mil milhões de euros em títulos de longo prazo)”.

Já o endividamento do sector privado aumentou 1900 milhões de euros.

Se o endividamento dos particulares cresceu 1900 milhões de euros, essencialmente junto do sector financeiro (1400 milhões de euros), o endividamento das empresas privadas “praticamente não se alterou, pois o aumento registado junto do sector financeiro (2100 milhões de euros) foi compensado por reduções nos restantes sectores, em particular, junto das empresas não financeiras”.

Apesar do aumento nominal, em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), o endividamento do sector não financeiro decresceu de 299,7% do PIB no final de 2023 para 296,1% em Junho deste ano, “devido ao maior dinamismo do indicador”.

“Esta descida decompôs-se na redução do endividamento do sector privado, de 166,7% para 162,2%, parcialmente compensada pelo aumento de 0,9 pontos percentuais do PIB no endividamento do sector público”, detalha o BdP.

No primeiro semestre de 2023 o endividamento do sector não financeiro em percentagem do PIB situava-se próximo dos 318,4%.