Juros do crédito à habitação abaixo de 4,5% pela primeira vez desde Outubro

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 4,487% em Julho. Nos novos contratos, já está em 3,713%, o valor mais baixo desde Abril do ano passado.

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Juros do crédito à habitação caíram, em Julho, pelo sexto mês consecutivo Adriano Miranda
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As taxas de juro dos contratos de crédito à habitação voltaram a cair em Julho, acumulando o sexto mês consecutivo de quedas, embora o ritmo de descida esteja a abrandar. O juro no conjunto dos créditos está agora abaixo da fasquia dos 4,5%, nos níveis mais baixos desde Outubro do ano passado, enquanto nos novos contratos as taxas já estão em mínimos de mais de um ano.

Os dados foram publicados, nesta terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que a taxa de juro implícita (indicador que reflecte a relação entre os juros totais vencidos no mês de referência e o capital em dívida no início desse mês) no conjunto dos contratos de crédito à habitação diminuiu pelo sexto mês consecutivo em Julho, fixando-se em 4,487%, o que representa uma queda de 2,6 pontos base em relação ao mês anterior. Em Junho, tinha sido registada uma diminuição de 4,3 pontos base.

Já no que diz respeito aos contratos mais recentes, a queda foi menos acentuada, mas o ciclo de redução das taxas é, neste caso, mais prolongado. Em Julho, a taxa de juro implícita dos contratos celebrados nos últimos três meses fixou-se em 3,713%, abaixo dos 3,729% registados no mês anterior, naquela que é já a nona queda consecutiva para estes contratos. O juro dos novos créditos à habitação está agora em mínimos de Abril do ano passado.

Esta tendência é registada numa altura em que as taxas Euribor, às quais está associada a maioria dos contratos de crédito à habitação em Portugal, têm vindo a diminuir, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter iniciado a redução das taxas directoras em Junho.

A explicar a diferença entre o ritmo de descida das taxas no conjunto dos créditos à habitação e aquele que é registado apenas nos novos contratos está a tendência de crescimento acentuado das taxas mistas (onde, nos primeiros anos de contrato, vigora uma taxa fixa, mais baixa). No final de Junho, cerca de 78% dos novos empréstimos à habitação foram contratos a taxa mista, o que fez com que este tipo de contrato passasse a representar mais de 25% da carteira total de crédito à habitação.

Apesar da descida das taxas, os juros mantiveram um peso significativo sobre a prestação total a pagar pelas famílias. Em Julho, considerando o conjunto dos empréstimos à habitação, a prestação média aumentou em um euro e fixou-se em 405 euros (dos quais 161 euros eram capital e 244 euros diziam respeito a juros, menos um euro do que em Junho). Já o capital médio em dívida aumentou em 250 euros, passando para 66.529 euros no mês em análise.

A tendência nos novos contratos foi idêntica: o capital médio em dívida aumentou para 127.541 euros, enquanto a prestação total média subiu para 611 euros (mais de metade, ou 390 euros, diz respeito apenas a juros).

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