De Espanha ao Reino Unido, a realeza também esteve entre as claques dos Jogos Olímpicos
As famílias reais europeias estiveram em Paris a aplaudir os atletas dos seus países. Em destaque, as novas gerações de Leonor de Espanha, a Elisabeth da Bélgica ou Catharina-Amalia dos Países Baixos.
Entre os espectadores das provas olímpicas, em Paris, as famílias reais europeias destacaram-se e provaram que sofrem tal como qualquer cidadão a torcer pelos atletas do seu país. Dos mais jovens, com a princesa Leonor a fazer manchetes, aos mais velhos, incluindo Carlos XVI Gustavo da Suécia e a rainha Sílvia, os reis e rainhas deliraram com os Jogos Olímpicos de Verão, que terminaram em Paris neste domingo.
Bélgica
Os quatro príncipes da Bélgica foram os maiores adeptos da delegação do seu país durante os Jogos. Ao longo de duas semanas, os filhos dos reis dos belgas, Phillippe e Mathilde, acompanharam as provas, com a herdeira Elisabeth, duquesa de Brabante, de 22 anos, a liderar a grupeta, seguida de Gabriel, com 20 anos, Emmanuel, com 18, e Eléonore com 16.
A presença dos quatro irmãos foi registada nas redes sociais com a família real a felicitar Bashir Abdi pela medalha de prata na maratona masculina com 2:06:47 horas. Os quatro também estiveram no heptatlo feminino, onde Nafissatou Thiam venceu a terceira medalha de ouro consecutiva ─ o bronze também foi para a belga Noor Vidts. “Parabéns a todos os nossos atletas. Tão orgulhoso de vocês”, escreveram no Instagram, num vídeo que recorda os pontos altos de Paris 2024.
Espanha
Felipe VI e Letizia aplaudiram com entusiasmo a delegação olímpica de Espanha na grandiosa cerimónia de abertura de Paris 2024 e nem a chuva os fez arredar pé. A ligação do rei, que foi velejador profissional, aos Jogos Olímpicos não é nova, já que foi o então príncipe herdeiro a levar o porta-estandarte da delegação espanhola em Barcelona 1992. A felicidade era visível no rosto do soberano, que partilhou uma selfie no Instagram da casa real, momentos antes do espectáculo.
Desta vez, Felipe juntou-se à claque da equipa espanhola e o casal esteve vários dias a acompanhar as provas, vestido a rigor e ao lado das filhas, Leonor e Sofia, antes de rumarem às habituais férias em Palma de Maiorca. A herdeira do trono, que tem assumido um número crescente de compromissos reais, e a irmã encontraram-se com alguns atletas ao final do primeiro dia de provas. O momento foi partilhado nas redes sociais, incluindo uma fotografia com os tenistas Rafael Nadal e Carlos Alcaraz.
No final dos Jogos, foi a vez de a rainha emérita, Sofia, apoiar os atletas espanhóis e aplaudir a vitória da equipa feminina de pólo aquático, neste sábado, que lhes valeu o ouro. Nas fotografias divulgadas pela casa real, a rainha de 85 anos posa ao lado de alguns atletas, incluindo de Alisa Ozhogina e Iris Tió, que ficaram em sétimo lugar na natação artística.
A rainha ainda recebeu o Comité Olímpico Espanhol na Embaixada de Espanha em Paris para agradecer todo o esforço em prol do país. “Não poderíamos estar mais orgulhosos dos nossos desportistas”, escreveram nas redes sociais na legenda de um vídeo onde a família surge a cumprimentar atletas, lembrando que Espanha venceu cinco medalhas de ouro, quatro de prata e nove de bronze.
Dinamarca
Se há alguma família real com especial ligação aos Jogos Olímpicos é a da Dinamarca. Frederik X e Mary conheceram-se no pub Slip Inn na marina de Sydney, horas depois de terminada a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2000. Frederik, acompanhado do irmão, o príncipe Joachim, do primo Nikolaos da Grécia e da princesa Märtha Louise da Noruega, foi até ao bar para se encontrar com um primo do grego, nada menos que Felipe, o futuro rei de Espanha. E foi este quem os apresentou.
Em homenagem a esse encontro há 24 anos, Frederik e Mary voltaram a estar presentes na cerimónia de abertura dos Jogos e partilharam uma selfie com vista para a Torre Eiffel. “A forte comunidade que se sente nos Jogos Olímpicos sempre significou algo especial para nós os dois, assim como experimentarmos a atmosfera olímpica juntos novamente evoca memórias maravilhosas”, escreveram então.
O casal ainda acompanhou algumas provas a dois, com Mary a regressar no entretanto à Dinamarca e Frederik a ser acompanhado pelo príncipe Christian nos últimos dias de Paris 2024. Neste domingo, pai e filho presenciaram a vitória de andebol com a Dinamarca a conquistar o ouro frente à Alemanha.
Noruega
A participação norueguesa nos Jogos Olímpicos quase foi ofuscada por um escândalo real com o filho da princesa Mette-Marit ─ Marius Borg Høiby, fruto de uma relação anterior, foi detido por agressão. A polémica afastou a princesa de Paris e deixou o príncipe Haakon sozinho a acompanhar as provas da delegação norueguesa. “Ela queria estar aqui, mas nas famílias às vezes é importante ficar. Conversamos sobre o assunto e decidimos assim”, declarou o príncipe ao jornal VG, reconhecendo que o tema o “afecta” pessoalmente.
Mais tarde, a princesa havia de se juntar a Haakon para assistir às provas finais no Stade de France, neste domingo, vestidos a rigor com os uniformes da equipa norueguesa. Valeu a pena a viagem para ver Jakob Ingebrigtsen vencer a medalha de ouro dos 5000 metros. A Noruega arrecadou em Paris quatro medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze.
Quem não esteve presente foram os reis Haroldo V e Sónia que se mantiveram resguardados em Estocolmo. O rei de 87 anos reduziu drasticamente os compromissos públicos neste ano, depois de vários problemas de saúde, sendo substituído doravante por Haakon.
Mónaco
E se a maioria dos casais reais acompanhou as provas durante alguns dias, Alberto II e Charlene do Mónaco apenas estiveram presentes no arranque dos Jogos Olímpicos. Na véspera da cerimónia de abertura, o casal jantou no Museu do Louvre a convite do Presidente Emmanuel Macron, com Charlene a destacar-se com um conjunto monocromático Alexander McQueen de calças pretas e top assimétrico.
No dia seguinte, na cerimónia de abertura posaram com a equipa olímpica do Mónaco, mas não voltaram a ser vistos juntos nas provas dos Jogos de Paris. Alberto II entregou a medalha de ouro de remo aos romenos A.S. Cornea e M. Enache, alguns dias depois. A ligação do soberano aos Jogos Olímpicos é bem conhecida, já que fez várias vezes parte da equipa de bobsleigh do Mónaco durante os Jogos Olímpicos de Inverno.
Já Charlene do Mónaco foi atleta olímpica e estreou-se em 2000 nos Jogos Olímpicos de Sidney como parte da equipa feminina de natação sul-africana ─ terminou em quinto lugar. Foi também nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, em Turim, que Alberto e Charlene escolheram fazer a primeira aparição pública enquanto casal. Desde então, a saúde da relação tem sido constantemente notícia, com a imprensa a relatar a aparente infelicidade da sul-africana.
Luxemburgo
É quase uma despedida para os reis do Luxemburgo. O grão-duque Henrique e a grã-duquesa Maria Teresa estiveram em Paris durante as semanas dos Jogos, para apoiar os 13 atletas e as equipas luxemburguesas. Num dos dias, os grão-duques foram acompanhados pelo filho mais novo, Louis.
Estes foram os últimos Jogos Olímpicos de Henrique enquanto grão-duque, uma vez que o soberano abdica oficialmente do trono em Outubro. Então, o príncipe Guilherme passa a assumir as funções de regente do grão-ducado onde a abdicação é uma tradição familiar.
Países Baixos
A família real neerlandesa juntou-se ao mar de laranja nas bancadas dos Jogos Olímpicos. Depois de também terem estado na cerimónia de abertura, Willem-Alexander e a rainha Máxima acompanharam a primeira semana de competição ao lado das filhas Catharina-Amalia e Alexia. Os quatro vestiram-se a rigor com T-shirts e chapéus laranja, semelhantes aos dos atletas e assistiram às provas de natação ou de voleibol.
Durante a segunda semana de provas, a família regressou aos Países Baixos, mas continuou a acompanhar os Jogos à distância celebrando nas redes sociais as vitórias neerlandesas. O apogeu aconteceu neste domingo, quando Sifan Hassan conquistou o ouro na maratona feminina com um recorde olímpico de 2:22.55 horas. “Sifan Hassan atreveu-se a sonhar alto e a enfrentar um desafio único. Que final fenomenal para o seu sonho olímpico, com um sprint final para a medalha de ouro da maratona. Felicitámo-la com esta medalha de ouro com muito orgulho”, escreveram os reis num comunicado divulgado no Instagram, neste domingo.
A família aproveitou ainda para felicitar toda a equipa olímpica, garantindo que os medalhistas serão recebidos no palácio de Huis ten Bosch, em Haia.
Suécia
E os reis não coroados dos Jogos Olímpicos são Carlos XVI Gustavo da Suécia e a rainha Sílvia que acompanharam a maratona dos Jogos Olímpicos ao longo de duas semanas. Aliás, o rei protagonizou um dos momentos virais em Paris, quando filmou uma visita guiada à Vila Olímpica e experimentou as polémicas camas de cartão anti-sexo, dando-lhe o selo de aprovação real.
Os soberanos acompanharam várias vitórias da Suécia, incluindo a medalha de ouro nos 50 metros de natação livre por Sarah Sjöström ou o ouro de salto com vara de Mondo Duplantis.
Carlos Gustavo e Sílvia têm uma ligação especial a este evento, uma vez que se conheceram nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique. Então, o rei há mais tempo no trono na Europa era o discreto herdeiro que se voluntariou para ser intérprete ─ fala sueco, inglês, alemão e francês. Foi assim que conheceu a jovem Sílvia Sommerlath, uma assistente de bordo alemã, com ascendência brasileira. Curiosidade: é a única rainha europeia que fala português.
Reino Unido
A princesa Ana fez história ao ser a primeira atleta olímpica real em 1976, em Montreal, e a sua afinidade aos Jogos Olímpicos é bem conhecida. A irmã de Carlos III foi presente constante em Paris e esteve não só na cerimónia de abertura como também acompanhou algumas das provas da equipa britânica, ao lado do marido, Tim Laurence.
O mesmo entusiasmo estendeu-se à cunhada, Sofia, duquesa de Edimburgo, que assistiu à final de ciclismo em que a equipa feminina do Reino Unido levou para casa o ouro. A mulher do príncipe Eduardo é a patrona oficial da Federação de Ciclismo Britânica desde 2016, quando Isabel II abandonou o cargo.
Os reis Carlos e Camila não interromperam as férias na Escócia para se deslocaram a Paris, mas felicitaram a equipa por cada conquista. Neste domingo, os príncipes de Gales, William e Kate, também divulgaram um vídeo onde parabenizam os atletas, num registo particularmente descontraído, ao lado de outras personalidades como Snoop Dogg ou David Beckham.
“De todos nós que estamos a assistir em casa, parabéns à equipa”, diz a princesa, que tem estado ausente dos deveres reais enquanto é tratada para um cancro. E o marido, com uma barba pouco habitual e com um pólo com o emblema olímpico vestido, acrescenta: “Parabéns por tudo o que conseguiram. São uma inspiração para todos nós.”