Ainda a ética olímpica
Em Paris falhou-se estrondosamente a vários níveis.
Os princípios sagrados do olimpismo que todos sempre afirmaram respeitar, exigem rigor e verdade, para além da amizade, do respeito e da excelência. Mas a ética olímpica vai mais longe, exigindo a não discriminação, recusando manifestações de ideias políticas, religiosas ou quaisquer outras durante o período dos jogos olímpicos, recordando a trégua olímpica da antiga Grécia, e promovendo a sua mensagem de paz.
Em Paris falhou-se estrondosamente no âmbito religioso, ao concretizar uma lamentável "paródia"da "Última Ceia de Jesus Cristo", manifestamente ofensiva da religião cristã.
Surgiu também a inaceitável ideia (de uma federação internacionaI) de atribuir prémios mas em dinheiro aos vencedores olímpicos (assim promovendo o início de excelentes negócios... Será útil lembrar como e porquê acabaram (ao fim de cerca de 1000 anos depois) os antigos Jogos Olímpicos da Grécia, depois "ressuscitados" por Pierre de Coubertin. Só que agora é tudo muito mais rápido!
E chegamos assim ao mais grave e totalmente inadmissível: o permitir, "conscientemente", que atletas masculinos (verdadeiros XY) possam competir como se, de facto, fossem biologicamente mulheres. Aliás nem o valor da testosterona foi analisado (e poder-se-á até admitir que se trate de uma ambiguidade sexual masculina, erradamente diagnosticada à nascença). E como é possível que, pelo menos no boxe, baste o passaporte para definir o sexo e a idade dos atletas?
Como pode o Comité Olímpico Internacional afirmar que está empenhado em defender os direitos humanos, se, procurando justificar-se, considera que a contestação aos termos da participação de transexuais se "baseia exclusivamente numa decisâo arbitrária que foi tomada sem qualquer procedimento adequado"? Afinal, não era ao COI que competia fazer uma adequada avaliação?