Douro: uma crise social anunciada

A região precisa de reformas profundas, que conduzam ao aumento do preço dos néctares produzidos, em lugar da costumeira conversa da procura de novos mercados, para vender a preços de saldo.

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A Região Demarcada do Douro vive do visível e do invisível. O visível é a paisagem deslumbrante, as suas quintas, hotéis e miradouros. Depois temos o lado invisível: o do viticultor Nelson Garrido/Arquivo Público
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Não gostaria de estar na pele daqueles que integram o conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto. Ano após ano, antecedendo cada vindima, são eles que estabelecem o quantitativo de mosto que poderá ser transformado em vinho do Porto (benefício). Nos anos de maior crise, como é aquele que a Região Demarcada do Douro (RDD) está hoje a viver, esses representantes do comércio e da produção têm uma responsabilidade ainda maior. É que as decisões que tomam podem empurrar para o abismo muitos viticultores que se encontram já em situações aflitivas. E aí está um novo empurrão, com a fixação de 90.000 pipas de generoso para a vindima de 2024, reduzindo 14.000 pipas face a 2023. Mais uma vez, os viticultores veem o seu rendimento amputado e enfrentam uma dificuldade ainda maior em vender as uvas que se destinem a vinho DOP [Denominação de Origem Protegida].

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