Morreu Bores, o lince do deserto que era um “autêntico gato”

“Desde o dia que foi sedado para regressar a casa através de um dardo tranquilizante, não recuperou”, lê-se numa publicação da associação Ajudar a Alimentar Cães.

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Bores vivia com os tutores há seis anos Ajuda a Alimentar Cães/Instagram
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Bores foi apreendido pela GNR da Madeira no início de Julho. Depois de uma petição que angariou mais de 20 mil assinaturas, acabou por ser devolvido aos donos, mas não resistiu: o lince do deserto (caracal) morreu esta quarta-feira. “Desde o dia que foi sedado para regressar a casa através de um dardo tranquilizante, não recuperou”, lê-se numa publicação da associação Ajuda a Alimentar Cães, que dava conta que o animal estava entre “a vida e a morte”.

No dia 1 de Agosto, Bores regressou a casa, após quase um mês da busca domiciliária da GNR que resultou na sua apreensão. As autoridades explicaram que o animal era ilegalmente detido por uma mulher de 38 anos, que o teria adquirido há seis anos. O caracal é uma espécie selvagem protegida e, por isso, a dona acabou por ser alvo de um auto de contra-ordenação.

A mulher insistia que o lince se comportava como “um autêntico gato” e não aguentaria muito tempo longe do ambiente que lhe era familiar, uma quinta onde convivia com outros animais e humanos. A associação Ajuda a Alimentar Cães promoveu uma petição para que Bores fosse devolvido aos proprietários.

Mas o que levou Bores até casa foi um relatório médico enviado pelos representantes forenses da dona do animal ao Instituto das Florestas e da Conservação da Naturezada Madeira (IFCN). Aí lia-se que o lince deveria ser entregue à família “para bem-estar e segurança”. Para além disso, o IFCN não podia ficar como fiel depositário. Por isso, o caracal regressou.

Segundo uma publicação da associação Ajuda a Alimentar Cães, Bores “chegou sedado a casa e durante mais de um dia não acordou e foi levado para uma clínica veterinária de urgência”. Desde então, deixou de andar e comer, até ter parado de reagir a qualquer estímulo. “A família, juntamente com a sua advogada, já está a apurar responsabilidades”.

“Desde o primeiro dia as entidades responsáveis por este caso não fizeram um bom trabalho”, acusam, insistindo que o lince “foi levado para um local inadequado”.

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