Bores é um lince que vive como um gato no Funchal — foi devolvido à dona depois de uma petição
O lince do deserto foi adquirido ilegalmente pela dona há seis anos e, segundo a mesma, comporta-se como um “autêntico gato”. A GNR da Madeira resgatou-o no início de Julho por falta de documentação.
Bores, o lince do deserto que a GNR da Madeira apreendeu no início de Julho, durante um mandato de busca domiciliário, foi devolvido esta quinta-feira, 1 de Agosto, anunciou em comunicado o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza da Madeira (IFCN). O lince do deserto, uma espécie selvagem, foi adquirido ilegalmente pela dona há seis anos, quando ainda era uma cria. Como tal, refere a nota, não tinha qualquer documento de registo ou licenciamento.
No mesmo comunicado, o IFCN adianta que recebeu, na terça-feira, 30 de Julho, um relatório médico veterinário enviado pelos representantes forenses da tutora do animal a declarar que o lince deveria ser entregue à família “para o bem-estar e segurança” do mesmo. Esta entidade foi também notificada pelas autoridades competentes que não poderia ficar como fiel depositário do animal.
Desta forma, Bores regressou “à guarda dos proprietários”, que vivem no Funchal, na Madeira, até à conclusão do processo de contra-ordenação aplicado à dona de 38 anos.
Se a justiça assim decidir, o animal poderá ser levado para um jardim zoológico, solução que a tutora acredita não ser a mais indicada, uma vez que, adianta numa petição pública para reaver o animal, o lince dificilmente sobreviveria noutro ambiente “e sem a família”.
A petição destaca ainda que Bores foi domesticado, está habituado a estar próximo de pessoas e comporta-se como “um autêntico gato”. “É um animal domesticado e não sabe viver noutro meio. Vive dentro de uma quinta em liberdade, convive com outros animais e humanos desde que nasceu, tem uma alimentação adequada e é acompanhado por veterinários", lê-se.
De acordo com o IFCN, a petição será remetida para o Ministério do Ambiente e Energia. Neste momento, conta com 20850 assinaturas.
O documento reforça, no entanto, que a dona deverá ser punida para servir de exemplo a outras pessoas que tenham adquirido e domesticado animais selvagens. Propõe ainda que a proprietária informe regularmente as autoridades sobre o estado de saúde do animal.