Alternativas aos ecrãs para viagens em família
”Verão de 2024, o ano em que trocámos o telemóvel por tempo em família.” A leitora Ana Vargas Santos deixa sugestões para ocupar o tempo de férias de maneira mais analógica.
Lembra-se de quando fazia jogos em família? Provavelmente não será capaz de dizer quem ganhou aquela edição de Monopólio em 1997, mas recorda-se de quem tinha sempre as melhores estratégias, quem fazia sempre batota, quem tinha muito mau perder.
Comparemos este tipo de entretenimento com aquele que é possível num telemóvel: jogar online tende a ser uma actividade mais solitária, mesmo que possamos partilhar o ecrã com alguém ou até competir entre dispositivos. Um jogo analógico, por outro lado, é um exercício de atenção conjunta. Os jogadores concentram-se nas decisões, nas consequências, e uns nos outros. Partilham cartas,
movimentam peças, descodificam rabiscos, trocam olhares, antecipam movimentos.
E não são apenas os jogos de tabuleiro que têm estas potencialidades. Também os puzzles podem ser um bom passatempo em família, porque exigem foco num desafio exigente e obrigam a definir uma estratégia concertada e a trabalhar em colaboração para atingir um objectivo comum. Fazer um puzzle é também uma actividade interessante para crianças pequenas, desde que o nível de dificuldade seja adequado à sua faixa etária, por ter benefícios ao nível da motricidade fina e da regulação emocional.
Fica o desafio: este ano, ao planear as férias em família, escolha um jogo ou um puzzle para fazer nas horas livres. Se possível, leve uma caixa da sua infância. Se não tiver, não encontrar, ou não for fácil de transportar, divirta-se a visitar uma loja especializada ou a secção dedicada a jogos numa loja generalista. Leve as crianças ou adolescentes consigo e envolva-os na selecção.
Se está a pensar no incómodo de levar uma ou mais caixas na mala de viagem, desengane-se: muitos jogos e puzzles têm hoje edições de bolso ou vêm em embalagens reduzidas, ideais para transportar.
Quando regressarem, arrume bem a embalagem. Guarde-a num sítio pouco acessível. Garanta que todos se esquecem da sua existência. Anos mais tarde, quando a reencontrarem, terão o prazer de ser transportados para as memórias destas férias. Se quiser subir a parada, deixe uma mensagem escrita para o futuro: Verão de 2024, o ano em que trocámos o telemóvel por tempo em família.
Ana Vargas Santos