Venezuela. Lula alinha-se com Biden e pede apresentação das actas antes de reconhecer resultado
Numa entrevista, Lula da Silva afirmou que quando forem apresentadas as actas “e for consagrado que as actas são verdadeiras”, iria reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela.
O Presidente do Brasil, Luíz Inácio Lula da Silva, quebrou o seu silêncio esta terça-feira sobre as eleições presidenciais na Venezuela, realizadas no passado domingo, dia 28, tendo afirmado que reconheceria o resultado no país quando as atas forem apresentadas e "for consagrado que as actas são verdadeiras", tendo também considerado que nada de "anormal" se passou no país.
"Na hora em que estiveram apresentadas as actas, e for consagrado que as actas são verdadeiras, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela", afirmou Lula numa entrevista dada à televisão regional do estado brasileiro de Mato Grosso, TV Centro América.
"Temos uma briga. Como é que se resolve a briga? Apresenta a acta. Se a acta tiver dúvidas (...), a oposição entra com recurso e espera na Justiça. E aí vai ter uma decisão que vamos ter de acatar", referiu também Lula, acrescentando que está "convencido que é um processo normal e tranquilo" e que "o que é preciso é que as pessoas que não concordam tenham o direito de se expressar e provar que não concordam".
"Não tem nada de greve, nem de assustador", disse ainda Lula, que considerou que cabe mesmo à Justiça resolver o conflito entre o governo da Venezuela e a oposição.
O Presidente brasileiro e o Presidente dos EUA, Joe Biden, conversaram ao telefone na noite de terça durante cerca de trinta minutos sobre a situação na Venezuela depois das eleições realizadas este domingo.
No comunicado divulgado pela Casa Branca sobre a chamada, lê-se que ambos "concordaram com a necessidade de as autoridades eleitorais venezuelanas divulgarem imediatamente dados completos, transparentes e pormenorizados sobre a votação a nível das assembleias de voto", tendo Biden agradecido a Lula "pela sua liderança na questão da Venezuela". Biden e Lula concordaram também que estas eleições representavam "um momento crítico para a democracia" no hemisfério ocidental e que ambos iriam cooperar sobre este assunto.