Atiradora Maria Inês de Barros salva dia com muitas eliminações em Paris 2024
Os restantes atletas portugueses que competiram nesta terça-feira foram afastados.
A atiradora Maria Inês de Barros foi nesta terça-feira a excepção na comitiva portuguesa, ao manter-se na corrida à final do fosso olímpico dos Jogos Paris 2024, num dia repleto de eliminações entre os atletas lusos.
O dia acabou salvo pela atiradora, que, ao concluir o primeiro dia das qualificações do fosso olímpico no oitavo posto, a apenas um tiro do sexto, que dá apuramento para a final, se mantém assim com hipóteses de obter um bom resultado.
O desempenho de Maria Inês de Barros, actual campeã da Europa, foi regular, ao marcar 24 pontos em cada uma das três rondas, num total de 72 pontos, a apenas um tiro do quarteto de atiradoras classificadas entre os terceiro e sexto lugares.
Na quarta-feira, Maria Inês de Barros, a primeira portuguesa a participar na prova de fosso olímpico, vai tentar apurar-se para a final, a partir das 9h locais (8h em Lisboa), em mais duas rondas de qualificação, antecedendo a final, marcada para as 15h30 (14h30).
O dia luso despertou com o adiamento da prova individual masculina de triatlo para quarta-feira, devido à má qualidade da água do Rio Sena, onde se deve disputar o segmento de natação de uma modalidade em que Portugal já arrecadou uma medalha de prata, por Vanessa Fernandes, em Pequim 2008.
Já depois de terem cancelado os dois treinos de adaptação às condições do rio, a World Triathlon e os organizadores de Paris 2024 reagendaram a prova masculina, na qual participam os estreantes portugueses Vasco Vilaça e Ricardo Batista, para quarta-feira, às 10h45 locais (9h45 em Lisboa).
A competição masculina vai assim seguir-se na quarta-feira à feminina, marcada para as 8h00 locais (7h), e na qual alinham as portuguesas Melanie Santos, depois do 22.º lugar em Tóquio 2020, e Maria Tomé, que cumpre a estreia olímpica.
As eliminações começaram logo pela manhã, quando Bárbara Timo caiu no primeiro combate dos -63kg, ao perder por ippon a poucos segundos do final frente à sul-coreana Jisu Kim, enquanto, pouco depois, foi a vez de João Fernando sair derrotado já no "golden score", prolongamento após os quatro minutos iniciais, dos -81kg pelo canadiano François Gauthier Drapeau, ao sofrer um terceiro castigo (shido).
Num combate equilibrado, a vitória decidiu-se num pormenor, com os juízes a considerarem uma pega irregular por parte do português, engenheiro aerospacial além de judoca, que se estreava em Jogos Olímpicos, tendo caído diante do quinto classificado do ranking mundial.
Depois, foi a vez de Diogo Ribeiro, o primeiro campeão do mundo português na natação, nos 50 e 100 metros mariposa, mas acabou por falhar a presença nas meias-finais dos 100 metros livres, ao concluir a prova com o 28.º tempo das eliminatórias (48,88 segundos).
O nadador do Benfica tem ainda mais duas provas em Paris 2024, disputando, na quinta-feira, os 50m livres e, na sexta-feira, nos "seus" 100 metros mariposa - os 50m mariposa não fazem parte do calendário olímpico.
Depois das eliminações de Tiago Apolónia e Marcos Freitas, na primeira ronda do torneio masculino, e de Jieni Shao, na segunda do feminino, Fu Yu era a última representante lusa nas competições de singulares de ténis de mesa, mas também ela "caiu" na segunda ronda, ao perder pelos parciais de 11-7, 11-8, 15-17, 4-11, 7-11, 12-10 e 11-8.
Fu Yu, 45 anos, foi derrotada pela polaca Natalia Bajor por 4-3, num encontro muito equilibrado e, no qual, a actual 80.ª do ranking mundial chegou a estar a vencer por 3-2, mas acabou por permitir a reviravolta à adversária, 48.ª da hierarquia, falhando assim a possibilidade de se tornar na primeira mulher portuguesa a atingir os oitavos-de-final.
Apesar de ter perdido todos os seus jogadores em singulares, Portugal vai ainda disputar o torneio de equipas masculino, que começa na segunda-feira.
A finalizar o dia, a dupla Nuno Borges e Francisco Cabral, depois de ter "sobrevivido" à estreia na variante de pares do torneio olímpico de ténis, foi impotente para contrariar o par alemão formado por Jan-Lennard Struff e Dominik Koepfer.
Em Roland Garros, Borges e Cabral, ambos de 27 anos, perderam por duplo 6-2 frente à dupla germânica, igualando, mesmo assim, o melhor resultado de sempre de um par português em Jogos Olímpicos, repetindo a segunda ronda alcançada por João Sousa e Gastão Elias no Rio 2016.