Chefe das Forças Armadas saúda aumento para militares, que “não vai ficar por aqui”

“Haverá outras oportunidades para melhorar a situação em que os nossos militares se encontram”, defendeu José Nunes da Fonseca, apontando a melhorias no equipamento e infra-estruturas.

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"Não basta atrair se não conseguirmos reter. Os militares têm de permanecer na instituição e têm de estar minimamente satisfeitos", disse o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas MIGUEL A. LOPES / LUSA
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O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, José Nunes da Fonseca, considerou, noesta segunda-feira, que o aumento dos militares é justo e antecipou que "não vai ficar por aqui", salientando estar em diálogo com o Governo para mais medidas que valorizem a condição militar.

Em declarações aos jornalistas na Base Naval do Alfeite, em Almada, após ter assistido à cerimónia de largada da fragata D. Francisco de Almeida para participar numa missão da NATO, o general José Nunes da Fonseca saudou a decisão do Governo de aumentar o suplemento da condição militar em 300 euros.

"Estes aumentos são justos e equilibrados: chegaram. Não ficaremos por aqui, pensamos, e haverá outras oportunidades para melhorar a situação em que os nossos militares se encontram. Mas, para já, foi um passo dado", afirmou.

Questionado sobre que outras medidas seriam igualmente justas para os militares, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas respondeu: "Há outras componentes sobre as quais estamos em diálogo perfeito com o senhor ministro da Defesa, que, em devido tempo, estamos confiantes de que poderão ser englobadas em próximas acções neste sentido."

Interrogado sobre se essas componentes são igualmente salariais ou de meios, o general José Nunes da Fonseca referiu que, "obviamente, salariais não são a questão central".

"Há questões associadas a equipamento e infra-estruturas, isso também corresponde a investimento nas Forças Armadas e também corresponde a satisfação de anseios e de objectividade na procura de melhores condições de trabalho, de conforto e bem-estar no dia-a-dia de todos os nossos militares", frisou.

Sobre os aumentos anunciados pelo Governo, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas salientou que os chefes militares "têm estado muito interessados e muito na promoção da actividade [militar] e retenção, sobretudo retenção".

"Não basta atrair se não conseguirmos reter. Os militares têm de permanecer na instituição e têm de estar minimamente satisfeitos com a correspondência ao serviço que lhes é pedido", disse, saudando os aumentos.

Já interrogado sobre as declarações de vários sindicatos das forças policiais, que criticaram este aumento nas Forças Armadas, o general José Nunes da Fonseca respondeu: "Não faço comentários a esse respeito." "Apenas dizer que, infelizmente, o mundo está cheio de ultracrepidários", afirmou.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou a atribuição de um aumento do suplemento da condição militar para 300 euros com efeitos imediatos, aumentando depois anualmente em 50 euros até Janeiro de 2026, para atingir 400 euros.