Uma figura de cera de Sinéad O'Connor, artista irlandesa que morreu há um ano, gerou polémica entre fãs e familiares por causa das diferenças em relação à aparência real da cantora, levando na sexta-feira um museu de Dublin a retirá-la da sua colecção.
O National Wax Museum Plus pediu desculpa à família de O'Connor e disse que iria começar imediatamente a criar uma representação mais precisa da cantora, mais conhecida pela sua versão de 1990 da balada de Prince, Nothing Compares 2 U.
John O'Connor realçou que era uma representação horrível da sua irmã, que parecia um cruzamento entre algo na montra de uma loja de roupa e um programa de televisão de ficção científica da década de 1960, que utilizava fantoches electrónicos. "Quando vi ontem [esta quinta-feira] fiquei chocado", frisou à estação irlandesa RTE.
O museu revelou a figura na quinta-feira para assinalar o primeiro aniversário da morte da cantora. O'Connor, de 56 anos, morreu na sua casa, em Londres, de causas naturais, a 26 de Julho de 2023. A artista tornou-se uma figura controversa depois de ter rasgado uma fotografia do Papa João Paulo II no Saturday Night Live, em 1992, num protesto contra os abusos sexuais no seio da Igreja Católica, e era considerada um tesouro nacional na Irlanda, onde começou a actuar nas ruas de Dublin.
Os fãs encheram as ruas da sua antiga cidade costeira durante a cerimónia fúnebre em Agosto, após um serviço privado com a presença do então primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, do Presidente Michael Higgins e de figuras da música como Bono dos U2 e Bob Geldof dos Boomtown Rats.
Captar com precisão a aparência de celebridades tem sido um desafio para a museologia. Um museu de cera polaco foi ridicularizado no ano passado por aquilo a que alguns chamaram representações assustadoras de Kate, a princesa de Gales, e do seu marido, o príncipe William. Um escultor foi ridicularizado pela figura em bronze do astro do futebol português Cristiano Ronaldo.
Paddy Dunning, director do museu de Dublin, que considerou O'Connor uma amiga de longa data, disse que ela merecia uma melhor homenagem. "Em resposta ao feedback do público em relação à figura de cera, reconhecemos que a representação actual não correspondeu aos nossos elevados padrões ou às expectativas dos fãs devotos de Sinéad", realçou o museu, em comunicado. John O'Connor frisou ainda que ficou descontente com o momento da inauguração e com o facto de ninguém ter contactado a sua família.