CrowdStrike, uma empresa de cibersegurança no olho do furacão

Uma actualização do software da empresa afectou os sistemas Microsoft e provocou um apagão informático a uma escala nunca vista.

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A falha informática lançou o caos em aeroportos e estações de comboios ANDY RAIN / EPA
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Praticamente desconhecida da generalidade dos cidadãos até agora, a CrowdStrike saltou para as manchetes de todo o mundo nesta sexta-feira, 19 de Julho, ao descobrir-se que foi um problema numa actualização do seu software Falcon para Windows que provocou uma falha informática a nível global.

Empresa criada em 2012 no estado norte-americano do Texas por antigos executivos da McAfee, uma gigante dos antivírus, a CrowdStrike tem no Falcon o seu produto estrela, que lhe terá granjeado muitos clientes de renome, como a Alphabet (dona da Google), a Amazon, a Intel ou a equipa da Mercedes na Fórmula 1. Embora tenha cerca de 29 mil clientes em 170 países – entre os quais muitas instituições estatais –, é dos Estados Unidos que lhe vem a maior fatia das receitas (70%, segundo a Reuters).

Falcon é uma plataforma de cibersegurança alojada numa cloud que visa proteger computadores, máquinas virtuais e centros de dados das principais ameaças (como ciberataques e ransomware). De acordo com a empresa, o que torna o programa tão eficaz e apetecível é utilizar ferramentas de inteligência artificial para antecipar e detectar eventuais ameaças.

O programa funciona nos bastidores, procurando vulnerabilidades sem que o utilizador tenha de o correr manualmente. As actualizações são igualmente automáticas – daí que, sem nada terem feito, os utilizadores com Windows e outros serviços da Microsoft se tenham deparado na sexta-feira com os ecrãs azuis, que significam uma falha crítica do sistema.

George Kurtz, o presidente executivo da CrowdStrike, assumiu que tinha sido “um defeito encontrado numa actualização” a causar o apagão dos sistemas Microsoft, o que provocou muitos problemas ao normal funcionamento de aeroportos, companhias aéreas, bancos, hospitais e muitas outras instituições em todo o mundo.

A empresa, que anunciou receitas de 900 milhões de dólares no último trimestre, valia cerca de 83,5 mil milhões de dólares (quase o mesmo em euros) até à abertura das bolsas nesta sexta-feira. Começou o dia a perder 11% em Wall Street.

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