“O meu maior arrependimento foi não ter sido mãe mais cedo”

Catarina Gouveia, actriz, não come carne nem lacticínios e gostaria de viver “num romance inglês do século XIX, poderia ser da Jane Austen ou da Emily Brontë”

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Actriz Catarina Gouveia DR
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Que rede social mais usa? Já desistiu de alguma, e porquê?
A rede social que mais uso é o Instagram, e quando o Instagram surgiu, aos poucos a minha presença no Facebook acabou por diminuir de uma forma muito natural, até que se extinguiu por completo. Hoje utilizo mais o Instagram por ser mais rápido, mais prático, e, sobretudo, por ter um maior alcance junto do público.

Já se arrependeu de alguma coisa?
Já me arrependi de muitas coisas que escrevi, mas não me lembro do quê especificamente. Contudo, sei que já tive esta amarga sensação, e até porque a grande vantagem das redes sociais é esta troca e esta capacidade de nos abrir horizontes e de deixarmos de ver determinadas situações apenas através da nossa perspectiva e abrir o leque de horizontes. Portanto, arrependi-me já muitas vezes e ainda bem, porque sinto sempre que sou uma pessoa mais construída quando penso de forma diferente.

Tem a noção de quantos ex-amigos tem? Cinco? Dez? Ou nunca se zangou com um amigo?
Não tenho nenhum ex-amigo, nunca me chateei com um amigo.

Qual é o elogio que menos gosta que lhe façam?
O elogio que menos gosto que me façam é que me digam “és tão querida”.

Se pudesse viver no cenário de um romance literário, qual escolheria?
Viveria num romance inglês do século XIX, poderia ser da Jane Austen ou da Emily Brontë. A cena campestre britânica fascina-me pelas suas cores e mistura de tons que nos fazem sempre pensar que estamos dentro de um quadro a óleo.

Qual é o lugar onde se sente em casa fora de Portugal e porquê?
Quando estou fora de Portugal, sinto-me sempre em casa desde que esteja com o meu marido e com a minha filha. Independentemente de onde esteja, se eles estiverem comigo, eu estou em casa.

Qual o melhor conselho que lhe deram na vida?
O melhor conselho que me deram na vida é para ponderar sempre as minhas escolhas e lembrar-me de que escolhas difíceis hoje, uma vida mais fácil amanhã, e vice-versa, escolhas fáceis hoje, provavelmente uma vida mais difícil amanhã.

Em que situações se considera uma “chata”?
Sinto-me chata quando estou a partilhar uma refeição com alguém de que gosto muito, amigos, familiares, e percebo que as escolhas não são as mais felizes ou as mais saudáveis e começo a palpitar as minhas teorias e as minhas opiniões. Sinto que sou muita chata nessa hora.

Tem algum vício que gostaria de não ter? E um de que se orgulhe?
O vício que sinto que tenho é a minha vontade de fazer sempre tudo muito bem feito e de entregar tudo com muito rigor e muito cuidado. Gostaria de ser mais descontraída. O vício do qual me orgulho é água. Sou viciada em água, nunca ando sem a minha garrafa de água, e também sou viciada em boa educação, em bons princípios, como dizer “por favor”, “obrigada” e respeitar o próximo. Orgulho-me também destes princípios que tenho.

Três portugueses vivos que admira.
Cristiano Ronaldo, Rosa Mota e António Damásio.

teve algum ataque de ansiedade? Em que circunstâncias?
Nunca tive nenhum ataque de ansiedade.

E já se sentiu profundamente exausta? Foi burnout?
É a minha sensação dos últimos dois anos, sabemos que os primeiros anos de vida de um bebé são extremamente exigentes, sobretudo para a cuidadora principal, que neste caso fui eu, e este cansaço profundo não resultou num burnout, mas foi uma sensação sempre muito presente, e sobretudo no resultado de querer conciliar o meu papel de mãe presente 24h e o meu papel de profissional e empreendedora.

Se lhe pedissem conselhos para uma relação amorosa feliz, o que é que dizia?
Uma comunicação clara e sobretudo assente numa verdadeira amizade e num bom sentido de companheirismo.

É vegetariana, vegan, faz alguma dieta especial? Porquê?
Não me considero vegetariana nem vegan, contudo não consumo carne nem lacticínios, porque é o que faz sentido para mim já há muitos anos. Tenho uma boa qualidade vida e, portanto, assim continuarei.

Qual foi o último filme que viu? E qual foi o último de que gostou?
O último filme que vi foi o último filme de que gostei, que foi o documentário do Richard Williams. Adorei e inspirou-me profundamente.

Qual o seu maior arrependimento?
O meu maior arrependimento foi não ter sido mãe mais cedo.

Qual foi a última vez em que se surpreendeu?
Foi hoje, quando a minha filha disse em perfeito bom som: “Bom dia, mamã.”

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