Ministra da Juventude lamenta atrasos na criação de camas para estudantes do Superior

Das 18 mil camas que estão previstas, 6300 são reabilitações, o que significa que deixam de estar disponíveis quando estiverem a ser intervencionadas, notou Margarida Balseiro Lopes.

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A execução do plano de alojamento para os estudantes sofre de um "atraso crónico" que constitui uma barreira de acesso ao superior Daniel Rocha (arquivo)
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A ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, lamentou esta quinta-feira os atrasos na implementação do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES). "As camas foram anunciadas e ficaram por fazer", apontou.

"Lamentavelmente não se pensou que, das 18 mil camas que estão previstas no plano nacional de alojamento estudantil, há 11 mil novas camas e há 6300 camas que são reabilitações, significa isso que, quando as camas estiverem a ser intervencionadas, vão deixar de estar disponíveis", alertou, falando aos jornalistas em Portalegre, à margem da reinauguração da pousada da juventude daquela cidade, que foi encerrada em 2012.

Margarida Balseiro Lopes fez ainda questão de sublinhar que o Governo está "numa luta contra o tempo" para dar resposta até Setembro aos estudantes em matéria de alojamento. "Nós estamos numa luta contra o tempo, já temos falta de camas porque o plano nacional de alojamento estudantil, a execução do PRR, implica a indisponibilidade de centenas de milhares de camas e nós temos de encontrar uma resposta", insistiu.

"Todos os dias estamos a trabalhar nesse sentido, em articulação com as universidades e com os politécnicos, nós estamos a fazer avanços todos os dias", acrescentou.

O presidente da Federação Académica do Porto (FAP) deu na quarta-feira nota negativa ao estado da nação por considerar que o ensino superior não está valorizado e criticou o "atraso crónico" na execução do plano do alojamento para estudantes. Numa nota de imprensa enviada às redacções, Francisco Fernandes alertou para o "atraso crónico" no PNAES e lembrou que os "altos custos" no acesso à habitação são uma "barreira no acesso ao ensino superior".

Perante o difícil acesso à habitação, o presidente da FAP defendeu o aumento do parque público de habitação de "2% para 5%" e a duplicação da dotação orçamental do programa Porta 65, para apoiar o acesso de jovens até aos 35 anos.

Em relação à Pousada de Juventude de Portalegre, que reabriu após um investimento superior a 500 mil euros suportados pela Movijovem e que irá acolher estudantes no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, a governante considerou que "vai dar resposta" aos alunos da região. A pousada conta com um total de 42 camas, distribuídas por 12 quartos: sete múltiplos, quatro duplos e um duplo adaptado.