Dizer não ao transporte de plantas exóticas de fora da UE. Eis o porquê

A iniciativa #PlantHealth4Life visa prevenir as pragas e as doenças associadas ao transporte de plantas exóticas, com consequências alimentares, económicas e ambientais no espaço europeu.

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Sabia que o transporte de plantas – sobretudo as exóticas – de fora da União Europeia, pode ser verdadeiramente nocivo para a saúde pública, a natureza, e a economia globais? A #PlantHealth4Life é uma campanha da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), organismo da União Europeia (UE), que procura elucidar os viajantes sobre o risco de viajar com plantas de outros países, ainda que possam ser belas. Isto porque as pragas que viajam nas plantas, não são coisas do passado e podem acontecer a qualquer momento. “Desde sempre que se reconhece que o movimento de plantas sem controlo fitossanitário constitui uma das principais vias de entrada de pragas e doenças das plantas”, afirma Paula Cruz Garcia, subdiretora geral Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), representante português neste projecto.

Esta é uma realidade que pode mesmo ser catastrófica e que apresenta grandes impactos na indústria alimentícia, mas também na economia e no meio-ambiente. “Com o crescente movimento de bens e pessoas, que acelerou de forma significativa a partir do final do séc. XX, com as alterações climáticas e com a redução de meios de controlo fitossanitário, o risco tem aumentado também”, explica ainda Paula Cruz Garcia. “Embora haja um imenso trabalho de prevenção e vigilância feito pelas autoridades fitossanitárias nacionais, em Portugal, na Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária urge a necessidade de envolver a sociedade neste problema, aumentando a percepção global para a relevância da defesa da saúde das plantas, porque delas depende também a nossa vida”, acrescenta. E todos nós temos um papel.

Na indústria alimentar

Como é que o transporte de plantas exóticas pode afectar o que comemos? Na verdade, por as plantas constituírem 80% dos alimentos que consumimos e por limparem o ar que respiramos, purificando-o e transformando-o. Na escola, em Ciências da Natureza, aprendemos a sua importância na manutenção da vida. Se existirem pragas nas colheitas, maior é o risco de comprometerem os alimentos que comemos. Reduzir esse risco passa por não facilitar o transporte intercontinental destas plantas exóticas: é a regra número 1.

No meio-ambiente

Plantas, sementes, flores, frutos, folhagens. Não só a planta, como qualquer uma das suas partes isoladas constituem um risco que pode transportar pragas com potencial para dizimar colheitas inteiras. Tratando-se de plantas fora da Europa, maioritariamente exóticas, estas espécies têm maior potencial de constituir uma de praga nociva para os países da União Europeia.

A campanha #PlantHealth4Life, da EFSA e implementada em Portugal através da DGAV, tem como objectivo educar para esta realidade. Por outro lado, as plantas saudáveis geram vida e dão vida ao ambiente. Quando estas estão saudáveis, fornecem habitats e fontes alimentares para inúmeras espécies animais, contribuindo para a biodiversidade e para a estabilidade geral do nosso ecossistema.

Na economia

Em última instância, mas não de menor importância, as doenças e pragas invasoras em que o transporte destas plantas pode resultar, tem potencial para afectar significativamente as indústrias agrícolas, resultando em colheitas reduzidas, perda de postos de trabalho e maiores custos de produção. A única forma de proteger a saúde das plantas é, assim, através de rigorosas regras de importação e certificações que ajudem a salvaguardar a agricultura local e a impedir a disseminação de pragas nocivas. Tudo isto funciona num ciclo que todos devemos respeitar.

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