Biden quer “baixar a temperatura política” após atentado contra Trump
Presidente dos Estados Unidos apela à serenidade e adverte contra a agressividade na política, um dia após Donald Trump ter sido ferido num ataque a tiro num comício na Pensilvânia.
O Presidente norte-americano Joe Biden dirigiu-se na noite deste domingo (hora local, madrugada de segunda-feira em Portugal) à nação a partir da Sala Oval da Casa Branca para voltar a condenar a tentativa de assassínio do adversário republicano Donald Trump e apelar à união.
“A retórica política tornou-se muito inflamada. É tempo de arrefecê-la”, disse Biden, que repetiu a ideia de “baixar a temperatura política” e declarou que o combate ideológico “não pode tornar-se num “campo de batalha ou, Deus nos livre, num campo de morte”.
“Apesar de discordarmos, não somos inimigos. Somos vizinhos, amigos, colegas, cidadãos e, mais importante que tudo, somos compatriotas americanos”, disse. “Não pode haver violência nas ruas. Não é assim que se faz democracia”, afirmou, acrescentando que os acontecimentos de sábado devem levar “todos a dar um passo atrás”.
Numa comunicação curta, de pouco mais de cinco minutos, Biden voltou a sublinhar que ainda não são conhecidos os motivos que levaram um jovem de 20 anos a disparar sobre o comício republicano na Pensilvânia, e que não há certezas sobre a afiliação ideológica do atacante.
“Aqui na América, temos de sair dos nossos silos, onde só ouvimos aqueles com quem concordamos”, disse ainda numa crítica aos fenómenos de desinformação e manipulação política.
Biden recuperou ainda outros episódios recentes de violência política, como o ataque ao Capitólio, a agressão ao marido de Nancy Pelosi ou o plano, travado pelas autoridades, para raptar a governadora democrata do Michigan, Gretchen Whitmer. Três exemplos de ataques que Biden vem colocar no mesmo patamar do atentado contra Trump.