Antifascismo, de novo

É absolutamente revelador que a extrema-direita e os seus intelectuais orgânicos se empenhem em negar a persistência da cultura fascista no século XXI e em fazer-se passar por coisa nova.

Ouça este artigo
00:00
04:06

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Incrédulos durante um mês. Para que teria querido Macron dissolver a Assembleia e convocar novas eleições? Hoje sabemos de fonte certa (o pai do Presidente garante em entrevista que o filho lhe antecipara a dissolução dois meses antes) que a ideia era apanhar a esquerda desprevenida e dividida e, a dois anos das próximas presidenciais, encenar outro duelo com Le Pen. A egolatria é tal que Macron não percebeu o que quase toda a gente tinha percebido: um dos fatores centrais na opção de voto dos franceses é a rejeição do Presidente. Antevisto o desastre eleitoral (a coligação que o apoia passou do 1.º para o 3.º lugar na primeira volta, atrás da Nova Frente Popular e da extrema-direita), Macron passou a jogar com o fogo. Le Pen e o seu delfim Bardella que viessem para o governo, que ele, na Presidência, se encarregaria de dificultar a vida à extrema-direita. O paralelismo histórico com a nomeação de Hitler para a chancelaria alemã, em 1933, é evidente; a tese de então era a de dar o poder aos nazis para “tratar” dos comunistas, deixá-los que demonstrassem a sua incapacidade de governar (como se a sua “competência” fosse essa) e queimar assim a sua popularidade. Viu-se...

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.